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DESAFIOS ESCRITIVA 1 - 20


 Desafio Escritiva 1 - Momento de riso

De certeza que já ouviu a frase “rir é o melhor remédio”, mas se calhar nunca pensou realmente nos “poderes” do riso. 
É isso que eu lhe peço hoje, que se ria, que pense numa situação que lhe provocou um riso absolutamente contagiante, incontrolável, saudável, ou que se inspire simplesmente na fotografia das esculturas do artista chinês Yuee que conte, em 77 palavras, um desses momentos.







      Deixo-vos aqui um desses meus momentos de rir até a barriga doer!

Pousamos as mochilas, pedimos para nos tirarem uma fotografia e senti uma sombra. Virei-me, gritei, sacudi os chinelos dos pés, arranquei a máquina das mãos do fotógrafo e corri, corri até ouvir a sirene da polícia. Explico o sucedido, levam-nos para a esquadra e ali, sem esperança, abraço-me ao único que sobrara: a máquina fotográfica. Ligo-a e desato a rir, a rir até chorar, até os polícias se juntarem a mim: o ladrão fora fotografado em flagrante!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Desafio Escritiva 2 - Greve na cozinha
Como sou um bom prato, penso sempre na qualidade do(a) cozinheiro(a) e na qualidade dos ingredientes. Raramente penso nos utensílios de cozinha essenciais para que o mestre de culinária possa obter um bom produto final.

Foi precisamente esta semana que, som o espremedor estragado, me vi a fazer sumo de laranja com um garfo e pensei: “abençoado quem inventou o espremedor”. Parei um momento e pus-me a olhar em volta e ao ver tantos utensílios parados pensei: “Uff, que alívio, ainda bem que nunca fazem greve e raramente ficam “doentes”. 

Esta é a minha proposta de desafio: imaginar que algum dos utensílios ou eletrodomésticos que sempre tiveram na cozinha, decide fazer greve. Imaginem quais seriam as reivindicações deles ou qual seria a sua reação.

A minha greve doméstica seria assim:
Trabalhar sempre a rodar, isto tem que acabar! Estamos em directo na cozinha de Paula Isidoro e estas são as palavras de ordem que mais se ouvem. Foram vários os espremedores que decidiram unir-se a esta luta e temos ao nosso lado o espremedor Zumito para nos explicar as razões da sua greve:
– 15 anos a espremer citrinos, sem dias de descanso, nem férias e a viver num lugar escuro, tonturas, vertigens. Isto assim não é vida!

Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca
Desafio Escritiva 3 - Mau tempo, boa escrita!
Nestes dias de inverno em que não apetece sair de casa, temos mais tempo para escrever e pensar em novas histórias.
A ideia é exatamente essa que a chuva, o vento e o frio sirvam de desculpa para mais um desafio.
Desta vez, é obrigatório que no seu texto apareçam as palavras: chuva, vento, amor, azul, vermelho e rua.

Eu decidi enfrentar o “mau tempo” desta forma:
Lembras-te daquela noite? O guarda-chuva a pingar no chão acabado de limpar, a porta da rua aberta, o som do ventoque entrava pelo corredor e um azul de olhos envergonhados que perguntava por uma morada que eu desconhecia. Eu,vermelha de raiva por ter que voltar a limpar tudo, nem percebi que me tinhas vindo trazer o amor dentro de uma caixa de cartão vazia. Não te reconheci, tantos anos depois... nunca pensei voltar a ver-te.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Desafio Escritiva 4 - Homenagem às sapatilhas
É um destes viciados nas corridas e anda a treinar para a próxima maratona da sua cidade? Não? Pratica desporto? Não? Mas teve aulas de educação física na escola, por isso não tem desculpa. Já pensou quantas sapatilhas teve ao longo da sua vida? De certeza que teve algumas que eram as suas preferidas, que cuidava e limpava depois de qualquer jogo ou aula, aquelas que manteve guardadas numa caixa mesmo depois de lhe deixarem de servir. Sim, essas. E o que lhe custou desfazer-se delas quando mudou de casa ou precisou de mais espaço para pôr outras coisas.
Pois é, este é o momento de render homenagem a essas sapatilhas que o acompanharam (ou ainda acompanham) nos momentos desportivos (sejam eles frequentes ou não).

A minha homenagem de ex-jogadora de andebol ficou assim:

Minhas queridas, o conforto, a velocidade e agilidade que vocês me deram são impagáveis. Convosco marquei muitos golos, levantei muitas taças, sofri até ao último minuto e gritei de felicidade. Também choramos juntas nas derrotas, nas lesões, que foram muitas, e nos momentos passados no banco. Lamento até hoje ter-me esquecido de vocês naquele balneário tão sujo, lamento todos os calos, o suor e as pisadelas alheias. Obrigada por todos estes anos juntas! Jamais vos esquecerei. R.I.P.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca



 Desafio Escritiva 5 - Linhas cruzadas
Quantas vidas se cruzam todos os dias no comboio ou no metro? Com quanta dessa gente chegou a falar algum dia? Tem alguma história para contar de um enecontro especial? Se não for o caso, deixe-se inspirar pela imagem desta linha de comboio e dê asas à sua “emoginação” (emoção + imaginação).

Não era suposto termo-nos cruzado naquela manhã. Não era suposto eu ter perdido o comboio, ter dormido ao relento naquela estação, terem-me roubado a carteira durante a noite, ter partido os óculos e menos ainda ter precisado de ajuda para entender uma língua tão próxima da minha. Não era suposto termo-nos cruzado naquela manhã... Não era suposto ter-me apaixonado à primeira vista e menos ainda ter feito planos contigo. Devia ter suposto que não eras solteiro, devia...
 Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca




Escritiva 6 – Poderes mágicos do corpo
“Algum dia sonhou não ter que fazer a cama, lavar a loiça, passar a ferro, estender a roupa, aspirar e varrer? Descanse pois esse dia chegou! Sim, sim, chegou porque este desafio vai dar-lhe poderes mágicos. É só decidir que parte do seu corpo mexer para que tudo fiquei feito num instantinho. A minha magia foi esta:
Duas da manhã e tudo por fazer:  roupa por estender, loiça por lavar e a vontade me deitar a aumentar, mas havia tanto por arrumar... Que raio de vida, sem tempo para nada e muito menos dinheiro para contratar alguém para limpar o que eu sujo. Se pudesse ao menos fazer desaparecer tudo isto... E foi então que me lembrei do poder mágico do meu indicador: carreguei no interruptor e a escuridão encarregou-se de deixar tudo “limpo”.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 7 – Listas
“Se houver alguém que goste mesmo, mas mesmo muito de ir ao supermercado, que levante a mão, por favor. É que eu não gosto mesmo nada, aliás a única parte de que gosto é a de fazer a lista das compras, porque eu faço listas para tudo. E vocês, também fazem listas ou organizam-se melhor sem elas? E se eu vos pedisse que escrevessem listas de 77 palavras com o que vos apetecer? Aceitam o desafio? Pode ser qualquer tipo de lista: de coisas para comprar, de tarefas para fazer, de livros para ler, de filmes para ver, de lugares para visitar, enfim, o que vos apetecer. A minha lista foi esta:
 - Mãe, a tua mochila está pesadíssima! Não disseste que era para levar o essencial?
 - Claro! Água e frutos secos para o caso de termos sede ou fome, carregador não sendo que fiquemos sem bateria, agenda com os números de telefone, caso seja preciso pedir ajuda a alguém e o telemóvel esteja sem bateria e não haja onde o carregar, GPS e mapa para evitar perdermo-nos e...
 - Mãe, a avó mora no prédio do lado, não na China!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 8 – Invenções
“Algum dia tiveram uma ideia que acharam que ia mudar o mundo? Algum dia pensaram inventar algo que fosse mesmo, mesmo útil e em que ninguém tivesse pensado nunca? Eu sim, muitas vezes, mas depois percebi que ou não era assim tão boa ideia ou que já existia nalgum lugar do mundo. Também me acontece muitas vezes ver algo mesmo útil e pensar “como é que nunca me tinha lembrado disto?”
Aqui vai a minha invenção:
Sendo eu do Porto, onde chove muito durante o Inverno e gostando eu de me sentar ao ar livre a contemplar, ler ou ouvir conversas alheias, sempre pensei que tinha que haver algum mecanismo para secar facilmente os bancos do jardim. Todos diziam que a questão se solucionava com uma cobertura, mas eu, nada convencida, pensei num sistema de “bancos de jardim espeto”: rodava-se a manivela e a parte molhada era substituída, sem esforço, por uma seca!
 Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 9 – Santos Populares
a estas alturas anda tudo a correr de romaria em romaria por esse país fora. Ou foi o Santo António, ou é o São João ou ainda o São Pedro, o certo é que não hà desculpa para ficar em casa. Por isso mesmo, a proposta de hoje é festejar os santos populares e incluir no seu texto de 77 palavras: sardinha, fogueira, marchas, balões, mangerico e bailarico. Vamos a isto?
Há duas datas que nunca passo longe de casa: o Natal e o Santo António. Mas um ano, por trabalho, tive que viajar e os meus amigos decidiram antecipar os festejos do santo casamenteiro. Tive direito a tudo: sardinhas assadas, fogueira, balões de papel, quadras no mangerico e um belo bailarico. Faltaram apenas as marchas populares. Ou isso pensava, já que ao chegar ao destino fui recebida com uma parada espetacular: era o dia da festa nacional!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 10 – Definições criativas
“O coiso, aquilo que eu usei quando precisava de fazer aquela cena complicada que a coisa não sabia fazer? Não me digas que não sabes o que é?” Pois não, nem ninguém tem obrigação de me entender quando eu falo assim simplesmente porque sou incapaz de me lembrar como se diz uma palavra numa ou noutra língua. Alguma vez vos aconteceu? Têm definições próprias para coisas do quotidiano, com nomes engraçados que só se usem na vosa zona, cidade, aldeia que nos queira contar? Vamos la botar faladura?
Chaspa: recipiente resistente ao fogo e ao gelo, no qual se cozinham indistintamente sopas de amor de avó, cozido de sogra invejosa ou papas de vizinhas “ensarrabulhadas”. Tem garantia vitalícia, mas não evita que a comida se pegue, nem que o cheiro se impregne nas paredes da casa e do coração. Deve ser lavado de preferência com um esfregão que arranhe bem e que deixe o fundo a brilhar, pois não tolera delicadezas, nem máquinas de lavar.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 11 – Mensagem numa garrafa
Que tal estão a correr essas férias? Os dias de praia têm corrido bem? Não encontraram nenhuma sereia por aí? E uma garrafa com uma mensagem, alguém a encontrou? Todos? É isso mesmo! Toda a gente vai partir desta garrafa que naufragou numa praia qualquer  desta nossa imensa costa. Que mensagem levaria dentro?





Desempregado, solteiro, com dívidas, o curso por acabar e amizades por encontrar… Tudo podia ter mudado se além disto tudo não fosse também incrédulo e deconfiado e tivesse devolvido ao mar a garrafa com aquela mensagem, pensando  tratar-se de uma bomba ou uma piada: “Estou cansado de ser rico! É uma verdadeira maldição! Só tenho amigos interesseiros, namoradas materialistas e familiares parasitas. Deixo a minha fortuna a quem encontrar esta mensagem e a entregar na morada indicada.”
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 12 – TPC
Um ano de escritiva! Estamos muito contentes por terem estado connosco todo este tempo e por terem aceitado todos os desafios propostos. Como estamos no mês do regresso às aulas, que tal se escrevessemos um textinho sobre a escola, os colegas, as reguadas, os TPC, os professores bem chatos, os recadinhos que passavam de mesa em mesa, a primeira paixão, aqueles lanches que a mamã preparava todos os dias, o recreio e os joelhos efsolados, essas coisas. Vamos recordar tudo isso?
Tenho uma cicatriz no joelho e duas em dedos da mão direita. Das 3, só uma não foi por andar a brincar, a fazer “o que não devia”. Das 3, só uma é que ainda dói quando penso nela... As outras fazem-me sorrir e pensar como era bom correr no pátio de areia, roubar a bola aos rapazes, correr mais depressa do que eles, fugir dos raspanetes das empregadas e chegar à sala suada depois do recreio.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca

Escritiva 13 – Recordes pessoais
Este verão ficou marcado por grandes feitos desportivos dos nossos atletas portugueses e por grandes eventos a nível planetário. Ora muitos foram os recordes que se bateram, muitas foram as lágrimas de esforço que se verteram e eu assisti a quase tudo desde o conforto do meu sofá. Chamem-me lontra (ou sostra, como na minha terra), mas a verdade é que eu também tenho os meus recordes pessoais batidos. Vocês não? Ora leiam isto e vejam lá se não encontram também um destes nas vossas vidas:
Primeiro voo sem problemas. Dera tempo para passear pela terminal, entrar em lojas para não comprar nada, experimentando tudo. Tinha tempo e só revi o ecrã por acaso: Boarding! Impossível, faltam... E olhando o relógio descobri que não tinha alterado a hora. Desatei a correr, fintei passageiros e malas, saltei, deslizei, cai, levantei-me. Chegando à porta do avião, percebo que sou a última a entrar, a última! Orgulhosa, junto as mãos e celebro o feito... pedindo desculpas!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca


Escritiva 14 – Direitos das crianças
Hoje é dia de celebrações: em 1959, no dia 20 de Novembro, a Assembleia das Nações Unidas aprovou a Declaração dos Direitos das Crianças. Por isso, proponho-vos que revejam os vossos direitos (todos nós temos uma criança dentro de nós) e escolham um, o que quiserem. Depois, escrevam sobre ele, defendendo-o, reclamando-o, ou simplesmente disfrutando-o.
Eu escolhi este:
Conhecia perfeitamente os seus direitos e apesar da idade ninguém a conseguia convencer de que não se podia defender. Por isso, quando mudaram de casa e percebeu que estava rodeada de jovens estudantes universitários que adoravam praxes, noitadas e música aos berros, não hesitou um momento: pegou na lisa telefónica e marcou o número exacto para poder reclamar os seus direitos: Sim, é da polícia? Senhor agente, chamo-me Inês, tenho 8 anos e tenho direito a dormir.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

Escritiva 15 – O ingrediente que falta
Não sei se alguém se lembra desta notícia: “Já não há açúcar nos supermercados de todo o país” Andávamos nós pelo ano de 2010 e eu já morava em Salamanca. Ora foi com extrema admiração que recebi uma mensagem da minha mãe que dizia o seguinte: “Esquece o presunto! Traz antes 10kg de açúcar!” Ora eu confesso que recebi a mensagem e achei que ela se tinha enganado ou que estava a brincar comigo, até começar a receber mensagens idênticas a pedirem que eu levasse açúcar para Portugal: era Natal e Natal sem doces é como ir à praia e não ver o mar!
Pois bem, imaginem que vocês querem dar um jantar ou um almoço para impressionar alguém e que, de repente, percebem que vos falta um ingrediente essencial. O que fazem? Como resolvem o problema? Eu costumo fazer assim:
Quando a campainha tocou ela estava mais calma do que nunca. Depois de tanta correria, tinha conseguido que saísse tudo como o previsto. A calma devia-se a um certo estado de embriaguez e a culpa era do vizinho simpático (e atractivo). Ela só queria um bocadinho de vinho para terminar o risotto, mas ele insistiu, ofereceu-lhe um, dois, três copos e só parou quando ela suspirou: Tenho que acabar o jantar, o meu namorado está a chegar.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

 Escritiva 16 – Promessas de ano novo que não se cumpriram
Ano novo, vida nova! Ou se calhar, nem por isso... Quantas das promessas que fez há um ano cumpriu de verdade? Quantas se ficaram apenas pela lista? Pois é, é precisamente isso que eu quero propor como desafio: escrever sobre tudo o que ficou por cumprir do ano passado. Aqui fica o meu texto:
No ano passado, enquanto engolia uma mão cheia de passas, prometi a mim mesmo e a todos os presentes naquele desafinadíssimo e escuro karaoke, que declarava guerra aberta ao peixe cru e que jamais provaria uma gota de álcool. E ali estava eu, um ano depois, bastante mais sóbrio do que no anterior, a prometer a mim mesma que ou deixava de ser cozinheiro e escansão ou tinha que deixar de prometer coisas que não podia cumprir.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

Escritiva 17 – Desculpas, desculpas e mais desculpas!
Desculpas de mau pagador, desculpas esfarrapadas, histórias da carochinha, conversa fiada são todas expressões de que me lembro quando penso em desculpas e eu penso frequentemente em desculpas. Não porque a use muitas vezes (ou talvez isto seja uma desculpa?), mas porque as oiço todos os dias, mais do que uma vez por dia: sou professora e está tudo dito!
Ora, pensando bem no assunto e como estava um bocadinho cansada de ouvir sempre as mesmas desculpas para as perguntas de sempre, decidi mudar de estratégia e passei a pedir uma “boa desculpa” a cada aluno que não fazia os trabalhos de casa, que chegava tarde à aula, que não trazia o material, que não trazia as mensagens assinadas pelos pais. E o resultado foi “fantástico”! Sim, sim, porque eles inventaram histórias do arco da velha!
Deixo-vos uma pequena amostra do que podia, perfeitamente ser uma das desculpas deles:
  - Estás “relativamente” atrasado ou sou eu que tenho o relógio adiantado?
 - Sabe professora, o problema é exactamente esse: o tempo é relativo! Sei isso porque o meu tio acabou de construir uma máquina do tempo e fui com ele ao futuro e vi coisas extraordinárias. Só que era uma viagem experimental e demoramos mais do que o previsto. Mas tenho uma coisa para lhe contar: vou ser Primeiro Ministro e vou convidá-la para ser Ministra da Educação?
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca


Escritiva 18 – Onomatopeias
Eu gosto de imitar sons e acho muita piada quando o meu irmão quer explicar alguma coisa e anima sempre a história com milhentas onomatopeias. Aliás, a nossa formamais frequente de comunicaçõa é o assobio. Enfim, coisas de “miúdos”.
Pois bem, hoje a ideia é usarem as onomatopeias que quiserem para escreverem o vosso texto de 77 palavras. Aqui fica o meu exemplo:
Trim, trim, trim!
 - Estou sim?
Vrom, vrom, vrom!
 - Estou sim? Não pode fazer isso de forma mais suave?
 Ti-nó-ni, ti-nó-ni, ti-nó-ni!
- O quê? Não oiço nada!
 - Exactamente por isso, para de fazer esse vrom, vrom, vrom!
- Fale mais alto, com este barulho é impossível entender o que diz!
Wooo, wooo, wooo!
 - O que eu queria dizer é que ....
Priii, priii, priii!
 - Estava a tentar dizer-lhe que ....
 - Esqueça! Já trato eu de rebocar a mota sozinho!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

Escritiva 19 –  Segunda vida dos objetos
Eu confesso que gosto de reutilizar tudo e mais alguma coisa, que fico feliz quando possso dar uma segunda vida ao que quer que seja e adoro, adoro, adoro, comprar coisas em segunda-mão. Ora, isto faz com que eu imagine muitas vezes como foi a vida anterior de um determinado objeto, como era o seu dono, se foi bem ou mal tratado, esse tipo de coisas inúteis para o progesso do Mundo, mas que a mim me deixam bastante mais tranquila.
Ora é exactamente isso que proponho desta vez: imaginem como foi a vida de um determinado objeto, por que atribulações passou, que sacrifícios teve que fazer. Eu deixo-vos aqui um dos muitos exemplos que vos podia dar, já que me dedico a imaginar vidas passadas em objetos do quotidiano.
Tinha nascido para ser lata, coisa herdada de família a que não se atreveu a dizer que não chegado o momento de acolher, mesmo contrariada, aquelas sardinhas. Se ainda fossem umas lulas recheadas, um bacalhau com grão, mas sardinhas... O que não imaginava é que acabaria no meio do mato, numa ração de combate convertida finalmente em cinzeiro. De repente, sentiu saudades do mar e das sardinhas, respirou fundo e conseguiu ainda sentir aquele cheiro a escama.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

Escritiva 20 – Acidentes da ciência
Muitos dos objetos que usamos hoje em dia são frutos de felizes coincidências, de acidentes com final feliz ou de puras distrações de génios, mentes brilhantes que mudaram para sempre a nossa vida. Por falar em Génios, já leram algum dos livros da coleção “Génios do Mundo” da Margarida Fonseca Santos? Se não leram deviam fazê-lo JÁ! Quer dizer, esperem só mais um bocadinho e leiam o que eu tenho para vos propor: pensem numa dessas coisas do quotidiano que nos facilitam a vida, procurem a sua origem e reescrevam a sua história com humor à mistura. Aqui fica o meu exemplo:
Passava mais tempo a segurar as calças do que a esquiar. Todos lhe diziam que devia usar suspensórios ou então o fato completo, mas nem uma coisa nem a outra lhe agradavam. Num desses dias de ski pelos Alpes, depois de uma aparatosa queda, viu como as espigas de setaria se colavam ao corpo. Enquanto se riam dele, George correu para o laboratório e só saiu quando conseguiu reproduzir o mesmo mecanismo. Acabava de inventar o Velcro!
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca

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