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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2017

Victor Ruiz Bermúdez - desafio 17

Um amigo inscreveu-me numa corrida de bicicletas, contudo, eu e o desporto não somos amigos. Na primeira ladeira já me saiam os bofes pela boca. Curiosamente, na estrada, havia uma carrinha abarrotada de pessoas, pelo que, sem pestanejar, carreguei a minha bicicleta nas costas e coloquei-a na bagageira, subi e fomos até à chegada; e ali fiquei, deitado “preguiçando” debaixo duma árvore até que os outros chegaram. Como vocês veem, procuro qualquer desculpa para não fazer desporto! Victor Ruiz Bermúdez, 21 anos, Salamanca Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Pedro Silva - desafio 17

Um dia, eu estava a passear e sem querer cheguei atrasado a casa. ― Filho, porque chegaste atrasado à hora do jantar? ― disse a mãe. ― Porque estive a pilotar um jacto da força aérea. ― Como é que pilotaste um jacto? ― Um soldado disse para lhe guardar o jacto e que o podia pilotar. A minha mãe mandou-me aterrar no quarto e esperar que o soldado o viesse buscar, só depois de o entregar é que poderia ir jantar. Pedro Silva ,11 anos, Ermegeira Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Bernardo Cardoso - desafio 17

Era uma vez um menino chamado João. O João chegava sempre tarde às aulas e não fazia os trabalhos de casa, portanto estava sempre a inventar desculpas esfarrapadas. Um exemplo: ― Hoje não fiz os TPCs porque um pássaro entrou em minha casa e levou-os. A professora, como sempre, dizia: ― Achavas que eu ia acreditar nisso?! Por que motivo é que um pássaro fazia isso?! Vou ligar aos teus pais para os avisar. O João ficava sempre mal!!! Bernardo Cardoso , 6ºB, Escola Dr. Costa Matos, V.N. Gaia, prof Cristina Félix Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Sérgio Quitério - desafio 17

Mais uma falta de TPC Começou a aula e a professora Cândida questionou os alunos, pretendia saber quem tinha feito o trabalho de casa. ― Não acredito ― disse irritadíssima. – Mais outra falta de trabalho de casa! ― Desculpe, professora, mas... foi o meu gato que roeu o meu caderno e depois escondeu-o! ― Hummm. Os gatos não roem, mas sim os ratos… Estás a mentir? ― AAhhh, uf. ― Vou já mandar um SMS para os teus pais e para a Diretora de turma. RUA! JÁ! Sérgio Quitério , 10 anos, Escola Prof Paula Nogueira, Olhão, Prof Cândida Vieira Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Alda Gonçalves - desafio 17

Atrasei-me, não foi?! Foi a hora. Mudou. Não foi?! Mudou e eu não percebi que estava atrasado... Foi o relógio! Ele é que marca as horas. As horas não deveriam depender do relógio. A hora mudou e o relógio não. Único responsável do atraso. Marca sempre as horas da mesma maneira. Acertar o relógio? Não! Se avanço uma hora, perco uma hora de sono. Como fazer para dormir mais uma hora? Tenho que arranjar uma boa desculpa! Alda Gonçalves , 49 anos, Porto Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Domingos Correia - desafio 17

A desculpa do Gaspar As desculpas, quando inventadas, são, às vezes, verdadeiras anedotas… Aula de Português; o professor, à moda “antiga”, severo como se queria; o atraso do Gaspar, a pergunta do mestre: ― Tão tarde porquê? ― Oh setor… a automotora teve um furo! Tudo estaria até perfeito, não fosse o caso das automotoras serem veículos com rodas de ferro. Assim, o setor, parecendo-lhe mentira de troça, estendeu a mão e deixou-a disparar em rota de colisão com a cara do Gaspar. Domingos Correia, 59 anos, Amarante Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Elisabeth Oliveira Janeiro - desafio 17

Explicações Há Muitas Orlandinha sempre arranjava desculpas para as suas diabruras. Menina afável e solícita, todos lhe toleravam as faltas. Mas... há sempre uma adversativa a estragar o arranjinho. Certa vez, diz-lhe a mãe, indignada: ― Orlandinha, de novo aos pulos em cima da cama; rebentaste algumas molas do colchão!  ― Ó mãe, deixei lá cair a mochila que está pesada. ― Mas a mochila hoje até está leve!! Nesse dia, Orlandinha não teve bolo de chocolate ao lanche. Aprendendo... até à próxima. Elisabeth Oliveira Janeiro , 72 anos Lisboa Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Maria do Céu Ferreira - desafio 17

Desculpa de Carnaval A desculpa traiçoeira, Ou mentira por um fio, Pode ser a brincadeira Para entrar no desafio! Acordei entusiasmada E vesti-me de magia, A pensar numa piada Para um dia de folia! Fantasiei-me a preceito, Às tirinhas, colorida, Vestida para o efeito, Mui luminosa e garrida!              Tenho nome de «Desculpa» Muito inventada por nós… Sou velhinha, muito velha, Remonto aos nossos avós! Sou desculpa esfarrapada? Quem me vai levar a mal? Orgulhosa e camuflada, Hoje brinco ao Carnaval! Maria do Céu Ferreira , 61 anos, Amarante Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Celina Silva Pereira - desafio 17

A fechadura Já antecipo as desculpas de quinta-feira próxima, que será o dia após o Carnaval aqui no Brasil. Professora, o ônibus atrasou, o engarrafamento estava grande, minha mãe não me acordou (esta já apareceu num dia de provas). Mas há aquelas mais criativas, que surgirão na sexta-feira seguinte: Não fiz o dever porque não vim ontem, houve um incidente, ouvi um estalo muito forte na porta ― trancara a fechadura, passei toda a manhã sem sair... do meu quarto. Celina Silva Pereira , 66 anos, Brasília, Brasil Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Bruna Gomes - desafio 17

― João, fizeste o trabalho de casa? ― Não, professora. ― Porquê? ― O Pai comeu-mo. ― O Pai? ― Sim. Como a matéria é a saúde e o Pai está muito doente, sempre a chorar, dei-lhe o TPC. ― Ó João, deste-lhe papel? ― Sim, professora, e finalmente calou-se. ― Temos de chamar alguém. ― A minha mãe pô-lo numa caixa e disse que já não era sem tempo, já lá devia estar há muito tempo. ― Numa caixa? O pai? ― Pois, coitado do Pai, o hamster. Bruna Gomes , 14 anos, Arrifana, Santa Maria da Feira Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Carla Silva - desafio 17

Só azares Olhei o relógio, Andreia estava atrasada. Ultimamente era quase todos os dias, já não sabia que dizer para a desculpar. O chefe espreita pela porta quando uma Andreia afogueada entra no escritório. ― Peço imensa desculpa, o taxista enganou-se no caminho depois tivemos de empurrar o carro, pois ficámos sem gasolina, não tinha rede no telemóvel! O chefe olha para ela. ― A sua avó está bem? ― Sim. Porque pergunta? ― Entre tanto azar, foi a única coisa que faltou. Carla Silva , 43 anos, Barbacena, Elvas Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Marta Sousa - desafio 17

Eu não fiz os trabalhos de casa devido a vários motivos! Ontem à noite estava a chover torrencialmente e a ração do meu cão tinha acabado e eu tive que ir a correr comprá-la! Acontece que cheguei a casa toda ensopada, depois tive que tomar um banho quentinho. Mas quando acabei de fazer isto, começou a dar o jogo de futebol e sabe, professora, não o podia perder! Quando dei por mim, tinha adormecido no meu sofá! Marta Sousa , 13 anos, Aveiro / Vale de cambra, Escola Secundária de Vale de Cambra Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Quita Miguel - desafio 17

Fazendo gazeta Ele tinha as sobrancelhas franzidas e isso significava que eu precisava de ser rápido no gatilho. – Eu ia para a escola. Abri a porta, no momento em que uma rajada de vento a empurrou contra o meu queixo. Ainda me amparei com o braço direito, mas caí, bati com a cabeça e desmaiei. Acordei mesmo agora. – Muito bem. Agora quero ouvir a verdade. – Bem, já acordei há um pouquito, mas ainda me sentia tonto, fiquei por aqui. Quita Miguel , 57 anos, Cascais Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Ana Paula Oliveira - desafio 17

― Professora, nem vai acreditar, mas é verdade. Deparámo-nos com uma vaca, no meio da estrada, que impedia o carro de avançar. Saímos para a afastarmos e, por incrível que pareça, ela olhou-nos ameaçadoramente e falou-nos. ― Sou vaca sagrada, chegada da Índia na armada de Vasco da Gama. Não podeis tocar-me senão cai-vos um raio em cima! ― E eu fiquei ali, argumentando, que tivesse dó, que eu levaria raspanete, que a professora marcaria falta… Mas ela era teimosa!!! Ana Paula Oliveira , 56 anos, S. João da Madeira Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Theo De Bakkere - desafio 17

Ó professora, não minto, minha tarefa foi confiscada pela CIA. Estive o fim da semana com os pais em Nova Iorque. Então, vindo de Bruxelas, o buraco do inferno, fomos controlados rigorosamente pelos alfandegários. Questionado sobre conteúdo da mochila respondi sorridente "só uma tarefa escolar, nenhuma bomba". Repentinamente houve grande pânico e fui vencido pelo polícia. Embora me declarassem inocente depois, presidente Trump despachar-se-ia a anunciar que, graças às suas medidas, tivera intercetado um projeto terrorista. Theo De Bakkere , 64 anos, Antuérpia, Bélgica Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Beatriz Morgado Leandro e Paula Martín Rivas - desafio 17

Os trabalhos… Estava no meu quarto a fazer os trabalhos de casa de Matemática e a janela estava aberta. Quando estava quase a acabar, um vento muito forte entrou e os trabalhos voaram até à cozinha e acabaram na tigela da comida do meu gato, o Garfield, que começou a comê-los. Voltei a fazê-los e, desta vez, deixei-os em cima de outros papéis. A minha avó estava a arrumar o meu quarto e atirou-os para o lixo sem querer. Beatriz Morgado Leandro e Paula Martín Rivas, 2º de Bachillerato, IES Lucía de Medrano, Salamanca, Espanha, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Marta, Paula Terleira e Marina - desafio 17

Cair numa poça Nós chegámos atrasadas porque a Paula caiu numa poça e não sabia nadar. Então a Marta ajudou a Paula a sair da poça, enquanto a Marina telefonou aos bombeiros. Depois, fomos para casa mudar de roupa porque estávamos muito molhadas. O apartamento da Paula tem elevador e quando estávamos a subir, o elevador parou, estivemos uma hora encerradas, até que chegou uma vizinha da Paula e nos ajudou a sair, nós agradecemos-lhe e depois tudo acabou bem. Marta, Paula Terleira y Marina , IES Lucía de Medrano, Salamanca, Espanha, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

María Teresa Navarro Sánchez e Mario de Prado Gómez - desafio 17

Partir a perna… ou não Eu cheguei atrasado porque alguém entrou na minha casa e eu tive de telefonar à polícia. Depois disso, entrei na minha casa de banho e eu fiquei fechado; tive de telefonar aos bombeiros. Eu tentei sair pela janela e parti a perna. Na minha casa estiveram a polícia, os bombeiros e a ambulância, eles levaram-me ao hospital. Finalmente, o médico que me tratou disse-me que não tinha partido a perna. Por isso eu cheguei atrasado às aulas. María Teresa Navarro Sánchez y Mario de Prado Gómez , 2º de Bachillerato, IES Lucía de Medrano, Salamanca, Espanha, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Antonio Tapa e David Hernández - desafio 17

O cisne Eu cheguei atrasado porque, quando vinha para cá, enganei-me na rua e entrei num beco sem saída onde estava um louco que ameaçou assassinar-me se não comprasse um cisne. Telefonei à minha família e lutámos num jogo de xadrez. Ganhámos, mas o louco esqueceu-se do cisne e tivemos que encontrar-lhe uma casa. Uma senhora trocou uma girafa pelo nosso cisne e tivemos de ir ao refúgio de girafas. Nós tivemos de voltar a Salamanca num autocarro velho. Antonio Tapa y David Hernández , Salamanca, IES Lucía de Medrano, Espanha, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Ángel Prieto Montero e Victor Sánchez Rodríguez - desafio 17

Um café Hoje o Victor e eu chegámos muito tarde à escola porque ontem à noite estivemos na minha casa e ficamos até tarde a fazer os trabalhos de casa, mas percebemos que não fazíamos ideia de como fazê-los. Então, fomos à casa da nossa professora de literatura às cinco da manhã. Ela esteve a ajudar-nos, mas quando tínhamos acabado e estávamos a voltar para casa, vimos o Primeiro Ministro novamente na rua e tomámos um café com ele. Ángel Prieto Montero y Víctor Sánchez Rodríguez , Salamanca, IES Lucía de Medrano, Espanha, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Natalina Marques - desafio 17

Era o aniversário de casamento. Os filhos na casa dos avós, calhava bem. Fiz-lhe o prato preferido, pus na mesa velas, uma jarra para as flores, que receberia. Prolongou-se a hora da chegada. As velas apagaram-se, dando lugar à escuridão que ocultava as lágrimas da desconfiança.  ― Ó!! Querida desculpa... Mas... Sabes, encontrei o João, não nos víamos desde o liceu, distraí-me com as horas, lembras-te dele? ― Lembro, lembro-me tão bem, que esta noite vais dormir no sofá. Natalina Marques , 57 anos, Palmela Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Amélia Meireles - desafio 17

Sabia, sempre soube que a mentira fazia parte do seu modo de estar. Já não era uma questão de tolerar, mas de sentir-se constantemente enganada. Naquele dia, iria por um ponto final naquela situação. ― Desculpa o atraso, mas fui lanchar com minha sobrinha. Está cá, chegou hoje do Porto. ― Até era capaz de acreditar se hoje fosse dia de voo e, sendo tu, filho de pais sem irmãos, como tens uma sobrinha? Acabou! Janta com a sobrinha! Amélia Meireles , 63 anos, Ponta Delgada Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Andrea Sánchez Moreno e Sol Candia Morello - desafio 17

Os meus ursos panda Eu cheguei atrasado porque ontem eu comprei bambu para fazer o almoço e uns ursos pandas da China vieram, porque eles gostam do bambu, e ficaram na minha casa porque uns caçadores estavam a persegui-los. Então eu estive a cuidar deles, mas comeram todo o bambu e eu tive de ir comprar mais. Mas, quando regressei, os ursos tinham-se escondido e eu fiquei preocupado e fui procurá-los. Finalmente, os ursos pandas estavam na minha escola a estudar. Andrea Sánchez Moreno y Sol Candia Morello , IES - Lucía de Medrano, Salamanca, prof Javier Madruga Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Renata Diniz - desafio 17

Até daqui há pouco Filha, inocência, alegria, singeleza de coração, consolação e apoio. Herança, graça, salvação, mansa, humilde. Olhar pesquisador, energia, cortesia habitual. Amor que domina todos os outros motivos. No ar uma presença angélica, paz, repouso. O temperamento, responsabilidade, seriedade com suavidade. Verdadeira, pura na geração da família. Nesta vida, decidimos o destino. Fé não fingida, real e grande necessidade. Melhor do que levá-la na escola, é buscá-la. Despedida matutina na escola. Vem a voz melodiosa: até daqui há pouco. Renata Diniz , 40 anos - Itaúna/Brasil Escritiva nº 17  – desculpas criativas

Desafio nº 17 - Desculpas criativas

Desculpas de mau pagador, desculpas esfarrapadas, histórias da carochinha, conversa fiada são todas expressões de que me lembro quando penso em desculpas ― e eu penso frequentemente em desculpas. Não porque as use muitas vezes (ou talvez isto seja uma desculpa?), mas porque as oiço todos os dias, mais do que uma vez por dia: sou professora e está tudo dito! Ora, pensando bem no assunto e como estava um bocadinho cansada de ouvir sempre as mesmas desculpas para as perguntas de sempre, decidi mudar de estratégia e passei a pedir uma “boa desculpa” a cada aluno que não fazia os trabalhos de casa, que chegava tarde à aula, que não trazia o material, que não trazia as mensagens assinadas pelos pais. E o resultado foi “fantástico”! Sim, sim, porque eles inventaram histórias do arco da velha! Deixo-vos uma pequena amostra do que podia perfeitamente ser uma das desculpas deles: ― Estás “relativamente” atrasado ou sou eu que tenho o relógio adiantado? ― Sabe professora, o problema