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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2016

Celina Silva Pereira - desafio 4

Do crescimento Aqui estão tuas primeiras sapatilhas. Eu te lembrava do dia certo de usá-las. Todas as segundas e quartas tinhas aula de ginástica. Então, eu as calçava em teus pés e te levava, feliz, para o exercício da aventura. Duraram um ano. Quando iniciou o novo período, havias crescido e comprei-te novas sapatilhas. Depois mudaste de esporte. Já ias sozinha. Agora tu estás sozinha e também eu. Cresceste e as sapatilhas antigas apertaram. Queres andar distante do aconchego. Celina Silva Pereira , 65 anos, Brasília, Brasil Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Vera Viegas - desafio 4

Reforma em Londres Sei que o fim está próximo... mas serão ainda vocês os primeiros a cruzar a Meta no próximo mês de Abril. Por carinho, por gratidão, a primeira Maratona será Vossa. Não saberia como superá-la com outra comitiva! Lembram-se do nosso primeiro dia a correr? Como foi ofegante e doloroso? Passo a passo, atingimos os 10, depois a meia-maratona... agora aí estão os primeiros 42 kms. Na vossa despedida este será o meu presente – Maratona de Londres 2016! Vera Viegas , 32 anos, Penela da Beira Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Jesús Rey Aneiros - desafio 4

As minhas sapatilhas favoritas eram umas de cor vermelha. Usava-as para jogar futebol e marcar golos, elas acompanharam-me durante dois anos, mais chegou um momento em que parecia que elas iam falar, tinham uma pequena boquinha na sua entrada, e qualquer dia iam dizer que queriam reformar-se, que já estavam fartas de bater na pobre bola que não tinha culpa de nada! Então eu decidi trazer umas novas companheiras de pés, mais elas estarão sempre no meu coração. Jesús Rey Aneiros , 22 años, Ferrol-España, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Ivan Grande Thompson - desafio 4

Homenagem aos meus ténis, sim aqueles com que comecei a jogar futebol, aqueles com que tanta água pisei, pontapés dei numa bola e a tanta gente. Nunca irei esquecer aquele dia em que vos arranhei e senti que ia morrer, quando cheguei a casa pensei que o meu pai me ia matar, mas ele pôs graxa e ficaram novos outra vez. Aquele fatídico dia em que me apertastes os pés, com lágrimas nos olhos disse: -Adeus ténis. Ivan Grande Thompson , 24 años, Madrid, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Noemí Alonso Hidalgo - desafio 4

Queridas sapatilhas, ainda me lembro do dia em que, com ilusão, eu vos comprei, há só alguns meses atrás. Eu tenho jogado desde que era pequena, mas vocês são as primeiras sapatilhas que eu tenho, especiais para jogar futebol. Peço-vos perdão por todos os golpes com a bola, todos os tropeções e, por vezes, os jogos em campos de terra. Agradeço-vos muito a leveza, velocidade, precisão e conforto que vocês me dão. Espero que durem muitos anos. Noemí Alonso Hidalgo , 20 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Cristina Collantes Blanco - desafio 4

Minhas queridas sapatilhas, Estamos juntas há muito tempo. Partilhámos muitos passeios, treinos e jogos. Ainda me lembro do primeiro dia que em que vos estreei. Éreis tão brancas… Éreis as sapatilhas mais cómodas e quentes que há no mundo. Também me lembro daquela final de basquete que ganhámos. Mas hoje temos que dizer adeus porque vós já estais rotas e velhas. Estou-vos muito agradecida por tudo o que me permitistes fazer. Obrigada por todos estes anos juntas! Cristina Collantes Blanco , 20 anos, Béjar, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Carolina Cárcel Pedrera - desafio 4

Queridíssimas sapatilhas, não tenho palavras para vos agradecer esses anos em que me acompanhastes ao basquetebol e a correr, e me perdoastes toda a lama e as pancadas. Mas desta vez quero agradecer-vos por continuardes comigo nos anos após o acidente, pela vossa comodidade quando mais a necessitei, pela vossa paciência até que eu pude praticar desporto de novo. Convosco aprendi de novo a caminhar nas sessões de reabilitação. Oxalá possais entender o quanto significais para mim. Carolina Cárcel Pedrera , 23 anos, Palma de Mallorca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Blanca Vázquez - desafio 4

As minhas favoritas. Os meus pés passavam o largo inverno dentro de vocês. Tinham por dentro pelinho, o que mantinha os pés sempre quentes nos dias frios. Íamos juntas à escola, de passeio, à aldeia. Vocês eram boas para caminhar em qualquer terreno! Estava sempre à espera do começo do inverno para poder estar convosco, mas um dia, não puderam mais e deixaram-me sozinha, e com os pés frios. Eu compreendi, mas estarão sempre na minha memória. Blanca Vázquez , 21 anos, Zamora, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Alejandro Gonzalez Caro - desafio 4

Há muito tempo que estão aqui, jogo após jogo. Vitória ou derrota. Treino sim, treino sim. Quantos campos percorremos juntos? Possivelmente mais de cinquenta. Viajar juntos era o melhor de tudo. O melhor depois de conseguir a vitória. Na derrota talvez não tenham recebido o melhor tratamento, talvez até tivessem alguma pancada de raiva. Não tenho perdão. Quando percebi que estavam completamente rasgadas, só podia deixar-vos descansar, amigas. Obrigado pela vossa motivação, feliz por ter-vos aqui comigo. Alejandro Gonzalez Caro , 23 anos, Badajoz, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Renata Diniz - desafio 4

Humor fino Como um sorvete gostoso ou um piano de som criativo é a graça do balé. Rosa, lilás, colorida é a sapatilha que ordena os passos e faz a dança. Sapatilhas significam classe, pendor, atitude, tendência de vida. Romântica, emotiva, fascinada pela retidão é a bailarina. Coerentes, dedicados, sãos os passos das sapatilhas. Irradiar expansão do crescimento, pensar a liberdade. A sutileza dos movimentos acompanham a disciplina do corpo. Amplia-se a arte cênica, expande e enriquece a mente. Renata Diniz , 39 anos - Itaúna/Brasil Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Andrea Crespo Madrid - desafio 4

A sua boca tocou as pontas das sapatilhas antes de deixá-las no armário para sempre. A menina pediu desculpas por tanto chão, por tanta injustiça. As sapatilhas foram as companheiras mais fiéis nos momentos mais cruciais da sua infância. Ensinaram-lhe a rodar na bicicleta e a sentir o asfalto áspero debaixo das solas, todo o tempo a raspar. Mas agora não podia sequer enfiar o pé nas sapatilhas, era impossível. Tinha chegado o momento de dizer adeus. Andrea Crespo Madrid , 21 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Gonzalo Carrillo Orozco - desafio 4

Minhas queridas, não sinto saudades vossas. Vocês estão muito melhor na sapateira. Não é minha intenção perturbar o vosso sono. O nosso amor é impossível. Conhecemo-nos há muitos anos nas aulas de educação física. Crescemos juntos e fomos juntos ao liceu. Jogámos futebol, basquete, ténis, fizemos artes marciais... Mas é hora de dizer adeus. Prometo visitar-vos de vez em quando, mas desculpem-me se eu não tiver vontade de fazer a visita. Minhas queridas, não sinto saudade vossas. Gonzalo Carrillo Orozco , 19 años, Málaga, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Maria Hernández - desafio 4

Minhas Sapatilhas que estão ainda sempre comigo. Temos vivido muitas coisas juntas. Momentos de superação como quando tentámos começar a correr (mas no Verão ou seja, não durou muito tempo). Ou como quando passeávamos pelo bosque nessas excursões. Ou quando fizemos o Caminho do Santiago. Eu quero dizer-vos: muito obrigada por todas as vezes que tentamos melhorar o nosso tempo anterior, por todos os tropeções que não terminaram no chão, e os que também. Por tudo: obrigada! María Cinta Jerez Hernández , 19 anos, Ciudad Rodrigo, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Domingos Correia - desafio 4

Já fui herói As sapatilhas eram de pano, vermelhas, lindas de morrer. Fascinava-me a aderência, mesmo nos pisos mais escorregadios. Com elas, sentia-me herói. Nas corridas, faziam-me voar e ganhava sempre. Nas aulas, refinavam-me o pensamento e nunca errava os exercícios… espantava-me comigo mesmo. Como as adorava! Ah… nunca tivesse ido ao rio naquele dia! Quando saí da água, tinham-mas roubado… Mas, o amor que lhes tinha continuou vivo e, ainda hoje, de vez em quando, vem aconchegar-me o coração. Domingos Correia , 57 anos, Amarante Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Maria Ribeira - desafio 4

Vocês, com essa forma rara e bonita, sim, vocês aí no armário, escondidas, velhas, desgastadas, rasgadas. Amigas queridas, eu não posso jogá-las no lixo, vocês estavam comigo quando eu decidi perder peso, quando eu precisava de vocês para longas caminhadas longe de tudo, menos de vocês. Agora com 14 kg menos, agradeço-lhes por estarem comigo, através do apoio de tantas corridas, vocês estavam me ajudando, nos saltos, também nas poças, mesmo nalguma merda. Descansem em paz amigas. Maria Duanne Ortiz Ribeira , 22 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Paula Verdes Krug - desafio 4

Quando eu recordo os meus momentos na escola secundária, quando eu e minhas melhores amigas jogávamos basquetebol, eu lembro-me de vocês. Foram as primeiras que partilhavam comigo o jogo, e as minhas preferidas, tão reluzentes na vossa cor azul, tão desportivas que eu era a inveja das minhas companheiras. Partilhámos todas as vitórias e derrotas, momentos frustrantes e felizes. Mas como todos os adolescentes tive que crescer e já mudei de sapatilhas. Ficarão para sempre na minha memória. Paula Verdes Krug , 19 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lilla Maria Lendvai - desafio 4

Um dia tudo se acaba, mesmo a nossa relação. Esperava que nunca chegasse este momento, mas ele chegou. Não posso expressar com palavras o meu agradecimento pelo vosso serviço. Não sabem o quão emocionada estou agora. Durante 5 anos, tantas experiências vividas e tantas lembranças. Estiveram comigo nos momentos mais felizes da minha vida, mas também nos mais difíceis, apoiando-me sempre. De todos os sapatos que jamais tive eram os meus preferidos e nada vos poderá substituir. Lilla Maria Lendvai , 22 anos, Budapest, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Theo de Bakkere - desafio 4

Eu e o meu calçado para caminhar já assistíamos a muitas aventuras. Sem cansaço, ano por ano, passo a passo em qualquer tempo. Esses sapatos sentiam -se tão confortáveis aos pés que nunca os esqueci para levar de férias. No entanto a nossa última caminhada com muitos obstáculos esteve uma aventura demais, passando um paul sentia entrar água num sapato. Ai Jesus! Um rasgão, mais profundo que uma falha de sismo na sola emborrachada acabou a nossa colaboração. Theo de Bakkere , 62 anos, Antuérpia, Bélgica Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Marino Román Crespo - desafio 4

Queridas Adidas Predator 15 este texto é para vocês. Temos corrido centenas de quilómetros juntos, utilizado dezenas de bolas juntos e marcado poucos golos, porque ainda que vocês fossem as melhores, não eram mágicas e eu continuava a ser igualmente mau. Presumia de vocês com todos os companheiros da equipa e limpava-vos depois de cada jogo, embora não se tivessem uma mancha. Quero que saibam que, despois de tantos anos, ainda sinto saudades vossas. Um forte abraço. Marino Román Crespo , 21 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lucas Krywicki - desafo 4

Não era precisamente uma pessoa muito desportiva. Quando eu era pequeno, tinha asma, era sempre o último escolhido na aula de educação física, tantas razões para ter nojo desta coisa a que chamam desporto. Mas um dia, a minha madrinha ofereceu-me umas sapatilhas de atletismo brancas, novinhas. Andei. Senti-me tão leve que corri. Corri todos os dias. Nesse dia, deixei para trás muitos quilos e o medo disso a que chamam desporto. Obrigado por tudo, queridas sapatilhas. Lucas Krywicki , 20 anos, Liège, Bélgica, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Isabel Lopo - desafio 4

Deitou-se cedo. Com a final do jogo pela manhã, convinha estar em forma. Mas a imagem das sapatilhas não o largavam. Feitas de lona, com elas vivera momentos inesquecíveis, ganhara jogos quase invencíveis, chorara derrotas inesperadas. Agora eram apenas recordações, velhas cúmplices de um passado feliz. Um sonho apoderou-se dessa noite. Ali estavam elas gastas e desbotadas, incendiando-lhe os sentidos como nos velhos tempos. E foi, com uma força inabalável no coração, que partiu para o jogo. Isabel Lopo , 69 anos, Lisboa Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Laura Herrero Román - desafio 4

Prezadas companheiras. Até o meu guarda-fatos tem saudade de vocês. Só com a vossa ajuda, resisti às horríveis aulas de educação física. As queixas do professor, o dor nas pernas, as piadas dos outros alunos, o sentimento de ridículo. Depois das aulas, sentava-me em silêncio e vocês diziam-me que em realidade eu não era uma inútil. Era mais divertido quando brincávamos com os amigos da aldeia e quando explorávamos os bosques juntas. Sempre me lembrarei de vocês. Laura Herrero Román , 29 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lucía Ruiz - desafio 4

Eu tinha apenas seis anos quando os meus pais me ofereceream as minhas primeiras (e últimas) chuteiras. Creio que eram, pelo menos, dois números acima do que eu usava normalmente, mas isso não era um problema para mim. Eu amava-as. Durante muito tempo levei as minhas sapatilhas para a escola, sem me importar com nada. Só as tirava para dormir. Um dia levantei-me e já não estavam ali... A minha mãe ainda hoje nega saber onde estão... Lucía Ruiz , 19 anos, Torrelavega, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Maria do Céu Ferreira - desafio 4

As minhas sapatilhas Escolhi eu, pequenita, As sapatilhas da vida… Lindas, fofas, atraentes, Faziam mesmo corrida! E gostava tanto delas, Atribuía-lhes condão, Olhava-as, remirava-as, Com enlevo e paixão! Levezinhas e bonitas, Como uma pena no ar, Tinham vida para mim E deixavam-me voar! Mas, tanto uso tiveram, Desgastadas, com efeito, Que o destino era o lixo, Quando reparei direito: «Oh, mãe, não me faça isso, Não pode fazer assim, Não as pode pôr no lixo Porque ELAS CORREM POR MIM!...» Maria do Céu Ferreira , 60 anos, Amarante Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lara Cantos Modesto - desafio 4

Convosco sofri as dores musculares nas nádegas nos primeiros dias das aulas de spinning. Convosco melhorei, até ir cada vez mais rápido. Vocês ajudaram-me a liberar a energia e as tensões do quotidiano. Tudo graças a vocês. Quando estávamos em cima da bicicleta, éramos uma só coisa. Mas um dia, tentei e tentei de prender-vos aos pedais e foi impossível. Esse dia, a nossa relação teve o seu fim. Ainda tenho saudade vossas. Nunca vos esquecerei. RIP. Lara Cantos Modesto , 21 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Vanessa Roch - desafio 4

Sinto muito que as coisas fossem assim. A primeira vez que vos vi soube que eram vocês. Nossa, vivemos tão bons momentos juntas... Sempre do meu lado, deram-me a segurança que não achei em nenhum outro lugar. Fiéis e leais. A saudade invade-me quando me lembro dessa fria manhã de Janeiro, acordei bem cedo e procurei-as por todo lado, mas esse dia não estavam na sapateira esperando por mim. Mãe, porque jogou as minhas sapatilhas preferidas fora? Vanessa Roch , 21 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Roseane Ferreira - desafio 4

E foi assim Andar, mundo afora... Sem ter sequer hora para voltar.        Fizemos um percurso onde não cabem limites, cruzando milhas, sonhos, decepções, alegras e tristezas. Foi um tempo bom, de chuva e sol, dias e noites onde também não cabem cronômetros, pois que como a vida, tudo é efêmero e tem prazo de validade. Com você foi assim. Uma certa hora há que se fazer o caminho de volta. Conforto dos meus pés, velho companheiro roto e desbotado tênis. Roseane Ferreira , Estado do Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Amélia Meireles - desafio 4

Olhar para vós traz-me à memória tantas recordações… Sim, eu sei que nem sempre cuidei bem de vocês, mas isso nunca ofuscou as vossas qualidades. Eram leves. As sapatilhas mais leves, exigi eu, pensando assim saltar melhor. Quando escorregava, tentando apanhar a bola, gostavam de guinchar. O que eu me divertia com isso. Era a vossa forma de me segurarem. Foram as primeiras sem atacadores, merecendo a inveja de todos. Foram a razão do meu sucesso. Obrigada! Amélia Meireles , 62 anos, Ponta Delgada Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Mireille Amaral - desafio 4

As minhas sapatilhas cor-de-rosa foram feitas para dançar e rodopiar ao som do hip-hop e do reggaeton. Mas são tão confortáveis que também gosto de as usar para caminhar. Foi numa destas caminhadas que, de repente, uma delas desfaleceu-me no pé… ficou totalmente estripada. E apesar de as ter já há muitos anos e, provavelmente, elas estarem a reclamar por reforma, encetei uma derradeira tentativa de salvamento junto do senhor sapateiro. Qual cirurgião este: voltaram como novas!!! Mireille Amaral , 40 anos, Gondomar Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lara Lagoa Patiño - desafio 4

Minhas queridas, vocês sempre foram umas lutadoras. Vocês sempre batalharam por mim e pelos meus sonhos. Lembraram-me que a dor é passageira mas o orgulho é eterno. Lutaram até onde as suas solas permitiram, mas já não podemos desafiar o destino. Eu tenho muito orgulho em vocês, minhas sapatilhas amadas. Vocês partem, mas estarão sempre presentes na minha vida. Obrigada por terem dedicado toda a vossa vida a mim e por terem sido sempre umas sapatilhas maravilhosas. Lara Lagoa Patiño , 21 anos, Vigo, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Quita Miguel - desafio 4

Finidade Olhou por cima do ombro, não os conseguindo encarar de frente. Quantas vezes haviam pisado juntos os courts de terra batida? Quantas vezes haviam deslizado para apanhar a bola no momento certo? Virou-lhes as costas, estreando o par de ténis acabado de comprar. – Será que vocês também me conduzirão à vitória? Com um nó na garganta pegou na velha dupla e com um sorriso no rosto pendurou-a na parede. – Nunca se sabe o que o futuro reserva. Quita Miguel , 56 anos, Cascais Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Margarida Fonseca Santos - desafio 4

Demos imensos passeios juntas, não foi? Escusam de fingir que não me ouvem, porque eu sei que sim. Claro, muitos foram apenas imaginados, mas até esses foram giros, certo? Então?! Não tenho culpa por ter ficado avariada de articulações, foi sem querer. Tirando esses atropelos, até andámos juntas muito tempo! Ainda me lembro da reação dos meus filhos: «Tu não vais andar com isso pela rua, pois não?» Andei, andámos: fomos o trio mais feliz do mundo. Margarida Fonseca Santos , 55 anos, Lisboa Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Lexuri Márquez Guantes - desafio 4

Ai, minhas queridas... Como posso eu agradecer todas as pancadas? Todas as corridas de obstáculos, esquivávamos muitas jogadoras, e de forma rápida chegávamos para conseguir pontos. Ensaio merecido. Muita lama, sujas e com muitos rasgões. As duas, totalmente exaustas, mas muito contentes. Só isso poderia fazer valer a pena a vitória. Depois de cada jogo o descanso merecido, água quente para limpar, que bom! Agora já não estais comigo... Tenho muitas saudades vossas, queridas amigas, companheiras inigualáveis. Lexuri Márquez Guantes, 21 anos, Badajoz, prof. Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Desafio nº 4 - Homenagem às sapatilhas

É um destes viciados nas corridas e anda a treinar para a próxima maratona da sua cidade? Não? Pratica desporto? Não? Mas teve aulas de educação física na escola, por isso não tem desculpa. Já pensou quantas sapatilhas teve ao longo da sua vida? De certeza que teve algumas que eram as suas preferidas, que cuidava e limpava depois de qualquer jogo ou aula, aquelas que manteve guardadas numa caixa mesmo depois de lhe deixarem de servir. Sim, essas. E o que lhe custou desfazer-se delas quando mudou de casa ou precisou de mais espaço para pôr outras coisas. Pois é, este é o momento de render homenagem a essas sapatilhas que o acompanharam (ou ainda acompanham) nos momentos desportivos (sejam eles frequentes ou não). A minha homenagem de ex-jogadora de andebol ficou assim: Minhas queridas, o conforto, a velocidade e agilidade que vocês me deram são impagáveis. Convosco marquei muitos golos, levantei muitas taças, sofri até ao último minuto e gritei de felicidade. Também choramos j

Vera Saraiva - desafio 3

Caía a  chuva , o  vento  soprava forte e o meu amor sem aparecer… Quase parou de chover e timidamente um raio de sol atravessou as nuvens. Que explosão de cores, um lindo arco-íris, iluminou a nossa  rua , era o  vermelho , o laranja, o amarelo, o verde, o  azul,  o anil e o violeta, que pareciam dançar por entre as minúsculas gotas de chuva que caiam. Finalmente o meu amor chegou. Não podia ter sido em melhor altura! Vera Saraiva , 37 anos, Redondo (Alentejo) Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Mariana Sanchez - desafio 3

Segunda. Carolina enrolada no endredon com um olho por abrir: ― Está de chuva ? ― Céu azul mas com este vento promete – responde o pai. A gabardine vermelha tinha ficado esquecida na avó. Arrisco. Saio à rua . Nuvens a escurecer. Chego à escola! De repente, parece de noite. Gotas cada vez mais gordas caem nas janelas. Toca o sino. Impossível sair dali. Um verdadeiro dilúvio. Mensagem no telemóvel. “Não saias daí. Vou-te buscar!” Quem tem um amor tem tudo. Mariana Sanchez , 38 anos, Barcelona Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Filomena Mourinho - desafio 3

Nas noites de frio e  chuva  do longo inverno dinamarquês, inventaram uma forma de cultivar o aconchego e o bem-estar: hygge. Nessas noites, evita-se a rua gelada; o melhor é ficar em casa, sozinho ou com os amigos, cultivando o  amor  e a felicidade. Calçam-se as meias de lã, traz-se o cobertor vermelho quentinho, bebe-se chocolate quente e deitamo-nos no sofá a ouvir o  vento  lá fora, com um bom livro por companhia. É ouro sobre  azul . Filomena Mourinho , 43 anos, Serpa Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Andrea Ramos - desafio 3

Coração de sangue Sentada na  rua  ao frio. Desesperada, ali fiquei, destapada de  amor . Não esperava nada, nada me aguardava e, eu, sem querer, ali estava. O meu gélido corpo iludia os transeuntes, fotografavam a estátua! Podia vir o  vento  quente de leste, que não me aquecia. Não nasci de sangue  azul , não me lamentava.  Vermelho , isso sim, vermelho vivo teimava em pintar a caixa de cartão debaixo dos meus pés. E sempre que a  chuva  jorrava, desenhava um coração.  Andrea Ramos , 40 anos, Torres Vedras Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Ângela Santos - desafio 3

Dias de chuva Nos dias de  chuva  e  vento , gosto de estar em casa a descansar e estar com a minha família. E claro, beber um leite bem quente. Nesses dias, completo-me de  amor . Gosto muito de ver na janela a chuva na  rua . E gosto imenso do barulho da chuva, relaxa-me. Queria tanto voltar ao verão, ir para a praia e ver aquele lindo mar azul . E, enquanto não tenho nada para fazer, pinto telas, principalmente com tinta  vermelha . Ângela Santos , 13 anos, Oliveira do Bairro, I.P.S.B., prof Carla Oliveira Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

José Peres - desafio 3

Inverno. Tosse. Cama. Tédio. Febre e delírio. Nessa segunda-feira, no mail, não pingavam mensagens. A televisão aborrecida… Vento e chuva na janela e no telhado. Cria-me numa nave espacial que perdera o contacto com a Terra. Para navegar sem instrumentos, aproximei-me da janela e afastei o cortinado. Na rua , por um quadrado azul do firmamento tormentoso, um raio fulgurante beijava o vermelho dos telhados. Dei por mim a pensar como a química das estações fabricam o amor .   José Jacinto Pereira Peres ,   44 anos, Castro Verde Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Fábio - desafio 3

Era uma vez um menino que não gostava do inverno. Fábio não gostava do inverno porque havia sempre vento, neve e chuva. Mas Fábio sabia que a primavera chegaria e sabia que, com ela, iria ter cores bonitas, como o azul e o vermelho. Fábio gostava muito da primavera e durante a primavera ele encontrou o amor da sua vida, uma menina que se chama Cindy. Ele e a sua namorada Cindy foram felizes toda a vida. Fábio , 6º ano, Escola Portuguesa em Écublens, Suíça, prof Paula Santos Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Joana Marmelo - desafio 3

Caminha pela rua deserta, perdida, sem rumo. Apenas o vento, ousado, interfere, sussurrando uma melodia impercetível.   Uma ténue chuva pulveriza os cabelos soltos que esvoaçam na noite. Lágrimas desprendem-se de uns olhos frios, humedecidos, rolando pelo rosto, preciosas gotas de orvalho. No horizonte, uma luz vermelha. De repente, um clarão irrompe no céu azul, adensando o misticismo da noite.   A chuva intensifica-se. Joana cai, inerte, na terra molhada, ferida de amor. Cai o pano. Aplausos, emoção. Luzes. Joana Marmelo , 50 anos, Cáceres, Espanha Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Sara Simões - desafio 3

Tudo estava contra nós. A  chuva  caía forte, acompanhada por um  vento  gelado. A rua  tinha perdido o seu tom  azul  e estava agora muito escura, quase como a noite. Ficámos então em casa, aproveitando para conversar e nos conhecermos melhor. Durante essas horas, foram várias as vezes em que os nossos olhares se cruzaram, conseguindo assim que ficasse com as faces  vermelhas . Após alguns momentos, toquei-te e foi então que percebi que estava a sentir  amor . Sara Catarina Almeida Simões , 28 anos, Coimbra Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua