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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

Camila Martínez - desafio 5

Lembro-me da primeira vez que o vi. Estava na Veracruz, ajudava um grupo de Jesuítas que acolhiam migrantes. Estava a preparar comida quando alguém gritou: “Estão aqui”. Deixei o que estava a fazer, batimento rápido do coração. Corri pelas vias, então entendi porque se chamava a Besta, o imponente ferro fazia o seu caminho sem se importar com nada, no entanto as pessoas tinham fé de chegar depois do rio Bravo, era o que restava para eles. Camila Martínez , 19 anos, Cidade do México, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Ana Carmen García Hernández - desafio 5

Era uma nova manhã. Outro novo dia. Mas a mesma rotina. Ou pelo menos isso pensava o Alex, enquanto ouvia música tranquilamente no seu mp3, olhando pela janela desse velho comboio de madeira dos anos 50. Tranquilidade interrompida pela queda dos livros duma rapariga desajeitada. Ou assim parecia. – Desculpe-me, desculpe-me! – disse ela apressadamente. – Importa-se se eu colocar isto aqui? Alex assentiu. Então, depois de ela se sentar, Alex observou-a cuidadosamente. Ela era uma moça bonita de cabelos… Ana Carmen García Hernández , 18 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Ana Belén - desafio 5

Todas as manhãs eu apanhava o mesmo comboio. E todas as manhãs eu observava o cachorrinho magro. Ele tinha uns olhos tão negros como a noite.   Ele movia sempre o rabo quando alguém se aproximava. Mas quando ele me viu, os olhos dele brilharam. Na minha mochila tinha sempre umas bolachas para ele. Deu-me tanto amor pelas manhãs… Um dia, eu tomei uma decisão importante… O nome dele é Thor, e agora está dormindo aos meus pés. Ana Belén , 19 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

María Rodríguez Moríñigo - desafio 5

Como todos os dias de manhã, Laura apanhava o metro para o trabalho e o revisor pedia os bilhetes a toda a gente, mas ele nunca lhe pedia o bilhete. Ela estava muito surpreendida e queria mesmo mostrar o bilhete, mas ele não a deixava. Num desses dias houve uma conversa. Ele revelou que estava enamorado dela, que o seu rosto era puro e confiável que não necessitava ver o seu bilhete. Ele estava loucamente enamorado dela. María Rodríguez Moríñigo , 19 años, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Marina Delgado - desafio 5

De Sintra a Lisboa, durante a semana Não precisava ir cedo. Mas sabia que ele ia naquele comboio. Via-o à espera na estação e entrava na mesma carruagem. Sentava-se de frente, longe. Ele lia o tempo todo. Ficava a olhá-lo. Se ele tirava os olhos do livro ela desviava o olhar. Coração aos pulos. Nunca falaram. Nunca cruzaram os olhos. Nunca soube o nome dele. Vê-lo dava-lhe um conforto para o resto do dia. Mudou de cidade, nunca mais o viu. Ainda pensa nele. Marina Delgado , 51 anos, Pucariça, Abrantes Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Marta, Carmen e Andrea - desafio 5

Não me lembro como começou, mas sim como aconteceu. Todas as manhãs eu saía de casa para ir de comboio ao trabalho. Mas aquele dia não ia ser normal. Quando a vi pressenti que ia ser o grande dia. Nesse dia pediria a sua mão. Um bonito sorriso apareceu na minha cara. Nesse momento ela viu-me. Aproximei-me dela para fazer a grande pergunta. Pela janela vi um comboio que se aproximava velozmente. Nesse momento ficou tudo preto. Marta, Carmen e Andrea , de 3º de ESO (9º ano) do IES Bioclimático de Badajoz, professoras María José López e Paula Fialho Silva, no âmbito da celebração do "Dia da Língua Portuguesa" que se realizará no dia 5 de maio no CPR de Badajoz Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Rosélia Palminha - desafio 5

Linhas cruzadas Pelas seis e meia da manhã, silvava o comboio ao entrar na estação. Passageiros habituais, tanto os que vinham, como os que entravam. Os lugares pareciam reservados e assim se fizeram amizades. Bem, no meu caso foi algo mais. Nessas viagens diárias a caminho do emprego conheci o meu marido. Passamos a ver nos carris as linhas paralelas que transformaram nossos destinos. Hoje agradecemos na cumplicidade do nosso olhar e no silêncio da ternura que nos une.    Rosélia Palminha , 68 anos, Pinhal Novo Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

José Ignacio Martínez Gutiérrez - desafio 5

Dignidad La locomotora pitó insistentemente al entrar en la estación. Apartaban la nieve caída en la madrugada. El maquinista conversó con un operario. Esperaban noticias. El puerto podría cerrarse. La mujer sentada al otro lado del pasillo, tembló, arropó con la toquilla la cabeza del niño que llevaba en brazos, y se santiguó. Tú no bajarás a la mina con tu padre; primero tendría que matarme; emigraremos. Del pañuelo atado a la nuca, le sangraba el oído. Permítame. José Ignacio Martínez Gutiérrez , Valencia de Alcántara, Cáceres, Espanha Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Madalena Carvalho - desafio 5

Tarde de mais Num cruzamento, cruzei-me com alguém levou-me à estação onde os comboios se cruzam assim entendi que a vida é composta  de vidas cruzadas, destinos traçados. Encontrei o amor? Não, não era isso que queria,  só desejava olhá-lo nos olhos e dizer: És tão bonito... mas não tinha coragem. Nada mais importava. Alguém grita "homem na linha". O cruzamento ficou triste e vazio. Porque não o abracei? Porque não o amei? Era tarde de mais Madalena Carvalho , 65 anos, Peniche Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Natalina Marques - desafio 5

O comboio, que aqui passava, deixou saudades. Outrora, levava gente e trazia gente. Que acenavam uns aos outros, quando se cruzava com outro, que vinha em sentido contrário. Quando passava por cima de uma das várias pontes, via-se o rio lá em baixo e, a beleza que nos rodeava, era estonteante, com vinhas aprumadas entre olivais, amendoeiras em flor. Agora, são outras gentes que por ela passam, vão contando as histórias do passado, um passado, tão distante. Natalina Marques , 56 anos, Palmela Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Elisabeth Oliveira Janeiro - desafio 5

Destino Bastas vezes a ousadia faz caminho.  Foi isso que faltou àquele provável par. Ele dum lado do cais, ela do outro. Todos os dias, à mesma hora, os seus olhares despediam dardos de enlevo.  Gostaram-se. À distância. A terra girou. Os anos rolaram. As cãs apareceram.  Um dia ele ousou mudar de plataforma. A timidez não ajudou.  Não se falaram.  Habituaram-se àquela bizarra forma de amar e, como as duas linhas paralelas dos carris, nunca se encontraram. Elisabeth Oliveira Janeiro , 71 anos, Lisboa Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Emília Simões - desafio 5

Habitualmente viajava na segunda carruagem do comboio. Sentava-se junto da janela e, descontraída, abria um livro, seu companheiro de viagem. Um dia, quase a chegar ao destino, o livro escorregou-lhe das mãos e quando se inclinou para o apanhar alguém já lho estendia, fixando-a intensamente. Com as faces ruborizadas desviou o olhar e agradeceu-lhe. Quando chegou ao destino, João convidou-a para tomar café e Isabel aceitou. Os anos passaram e, ainda hoje, continuam juntos na mesma viagem. Emília Simões , 64 anos, Mem-Martins (Algueirão) Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Carla Silva - desafio 5

Tua partida Incrédula, olhei o comboio ao longe. Restava-me esperar o próximo Uns metros acima estavas tu, encolheste os ombros – Parece-me que o perdemos – disseste sorrindo. – Pois... – dei por resposta Voltámos a encontrar-nos no bar e convidaste-me para um café enquanto esperávamos. Dias depois percebi que te procurava por entre as pessoas da estação. Aqueles minutos diários tornaram-se especiais. Mas um dia apanhaste outro comboio deixando-me sozinha na estação. Essa estação onde te conheci e agora te via partir. Carla Silva , 42 anos, Barbacena, Elvas Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Domingos Correia - desafio 5

Reencontro A mulher sentou-se no comboio ao lado dum jovem. Na rádio, uma notícia sobre refugiados. Simultaneamente, uma lágrima escorregou-lhes pelo rosto. Olharam-se. – Porquê essa lágrima? – Também já fui refugiado, perdi-me da minha mãe quando fugimos – respondeu o jovem, arregaçando as mangas devido ao calor. A mulher estremeceu… Aquele sinal no braço era inconfundível. Há vinte anos, eles, mãe e filho refugiados, na confusão da fuga, seguiram caminhos diferentes. Destino? Talvez… importante é agora estarem juntos de novo. Domingos Correia , 58 anos, Amarante Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Celina Silva Pereira - desafio 5

Rede social Estudava no ensino secundário quando apareceram na sala vários endereços de rapazes. Prestavam serviço militar num lugar distante e queriam corresponder-se com moças para amizade – forma antiga de rede social. De mês em mês chegava resposta das cartas, ansiosamente esperada, com novidades sobre a história que se desenrolava e que ela só entendeu bem depois. A última delas relatou a volta para casa e o reencontro com a família. Final feliz. Os comboios não se cruzaram mais. Celina Silva Pereira , 65 anos, Brasília, Brasil Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Isabel Lopo - desafio 5

O comboio apitava, ele sonhava com outra vida. Juntou as suas parcas economias e partiu. A cidade espantou-o com a desordem de um mundo desconhecido. Para trás, a criança que fora e os amores e desamores da sua adolescência. Trabalhou até conseguir trocar as moedas da velha sacola por notas. Um dia voltou à terra, mas não a reconheceu. Os velhos tinham morrido, os novos emigrado. Só o comboio continuava a apitar, agora num grito de solidão! Isabel Lopo ,70 anos, Lisboa Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Maria do Céu Ferreira - desafio 5

E, o comboio prosseguia… De mala e pasta na mão, Com os livros carregada, Sempre a correr para as aulas Que o comboio não esperava! Uma senhora ao vê-la Tão cansada e afogueada, Com um gesto de carinho, O lugar ao lado dava! – Oh menina, sente-se aqui... Vai estudar sempre apressada? – Já não estudo, vou dar aulas E não posso ir atrasada! E, o comboio apitava, E toda a gente prosseguia E, o que diziam os outros, Nenhum de nós saberia! Maria do Céu Ferreira , 60 anos, Amarante Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Paulo Roma - desafio 5

Plataforma Ao chegar, as portas soltaram as gentes apressadas para o seu destino. Na plataforma, aguardavam outras tantas gentes a chegada que os levaria em sentido inverso numa mistura de tons que se cruzavam como as cores na paleta do pintor, esbatendo-se de gentes apressadas na pressa de chegar. Ao aviso, fecham-se as portas. Correm gentes atrasadas que acabam por ficar na consulta do inexorável tempo. Esboçam um desespero, a pressa deu em nada. O atraso atrasa tudo. Paulo Roma , 52 anos, Lisboa Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Roseane Ferreira - desafio 5

Idas e vindas Quase 40 anos sem sequer lembrar, saber de ti. E eis que, como um impossível cruzar de linhas de trem, nos cruzamos virtualmente. Eu, acordando, cambaleante, de um certo sossegar, você, pássaro de voo ardente, no céu fazendo provocações, a me entontecer... Nossos trilhos: choque! Um des-encontrar, descarrilhar. Causou ganhos, provocou o inevitável perder-ganhar! Na plataforma da vida, nesse chegar e partir, fomos personagens de nós mesmos! Restou à certeza do possível, melhor, o impossível, sim acontece!  Roseane Ferreira , Macapá, Amapá, Extremo Norte do Brasil Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Renata Diniz - desafio 5

Mensageiros Nenhum outro temor senão o de Deus. Assim é o homem do tempo de fé nas Escrituras Sagradas. Quem dera comboios tivessem ouvidos que ouvissem. Com reverência e admiração, olhos seriam abertos. A luz dissiparia a escuridão, paz e alegria seriam encontradas. De longe, os raios de luz se aproximariam para libertar corações. Tinha se tornado o meio de fixar pensamentos na eternidade. Fim da linha? Pureza de caráter. Bom demais recomeçar. Separados das vaidades do mundo. Renata Diniz , 39 anos - Itaúna/Brasil Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Theo De Bakkere - desafio 5

Viajo de preferência no comboio cedinho, quando todos estão ocupados consigo mesmos, ou em estado sonolento. Acontece que o sossego é interrompido, como aquela estrangeira que, entre Lisboa e Cascais, me contou sua biografia e se perguntava se tomara a decisão justa de emigrar por amor dum homem. Ou o rapaz que lia cativado um livro de capa e espada, não por acaso da Margarida Fonseca Santos, e, levantando-se inesperadamente, porque tivesse de apear-se de comboio. Theo De Bakkere , 63 anos, Antuérpia Bélgica Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Catarina Azevedo Rodrigues - desafio 5

O regresso a casa era sempre assim, quase adormecida pelo embalo da carruagem e de olhos postos nas águas onde o Sol se despedia com promessa de voltar. Naquele dia foi diferente. O coração disparou quando pousei os olhos num rosto desconhecido mas tão familiar. Seria ela? Seria aquela a mulher que me deixou com três dias de vida depois de me carregar no ventre? Enquanto decidia se a abordava, levantou-se e saiu. Nunca mais a vi. Catarina Azevedo Rodrigues , 43 anos, Venda do Pinheiro Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Quita Miguel - desafio 5

Talvez… – Sinto muito, sinto muito – disse a sobrinha, descendo do comboio. Partira, havia demasiado tempo, mantendo-se longe daquela terra que nada lhe dera a não ser a ausência de oportunidades. Pesarosa, olhou a tia vestida de preto, com a tristeza a marcar-lhe a alma, e lamentou ter regressado. Com passadas pesadas seguiu o enterro e, do interior do cemitério, deslumbrou-se com o mar que abraçava a vila. Como pudera esquecer aquela paisagem? Talvez por ela decidisse ficar. Talvez… Quita Miguel , 56 anos, Cascais Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Celeste Gregório Lopes - desafio 5

Coletivo, sempre o coletivo. Necessário mas arrepiante. No metro, passar cartão, descer escadas, deixar-se subir por outras, de qualquer modo é um túnel e nele se viaja, com outros, mudos, olhando, desviando olhares. Os cheiros, humidade de construção que invadiu terra, de gente que acordou à pressa com odores velhos, dos que demoraram no banho e provocam narinas com perfumes de enjoo. Meia hora, basta meia hora, e respirarei o ar das manhãs. Vou acordar mais cedo! Celeste Gregório Lopes , 54 anos, Santarém Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Amélia Meireles - desafio 5

O olhar perdeu-se no horizonte roçando o cruzado dos carris. Sentiu-se distanciando-se do seu mundo. O som que embalava o comboio esmorecia à medida que se percebia rasgada pela saudade. Ele apenas deixara a promessa de regresso, agarrada ao último abraço dado. No derradeiro olhar, deixou-o descobrir a dor imensa daquele afastamento. Permitiu-se consumir no tempo. Inesperadamente, percebeu-o apeado de mala na mão… Há amanhãs, tão belos, desenhados por outros… E há amores que nunca se desprendem… Amélia Meireles , 62 anos, Ponta Delgada Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Maria Silvéria dos Mártires - desafio 5

Imagino que através destas linhas o comboio me conduzirá a paragens que me levarão a descobertas fascinantes, outras culturas, outras gentes, quem sabe, ao recomeço de uma nova vida. Viaja ao meu lado um cavalheiro muito simpático e gentil que me disse ir até à última paragem e está a achar muito agradável a viagem. Disse-lhe que ia sem destino. Sorriu e ofereceu-se para meu cicerone. Pedi-lhe que me apresente sítios e pessoas por quem me apaixone. Maria Silvéria dos Mártires , 69 anos, Lisboa Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Alda - desafio 5

Viagem Viagem é um modo de chegar ao teu encontro Na linha que percorre o mundo Sonhar e respirar de novo a vida. Agora que já me acordaste (com o teu apito estridente e longo) E eu senti o brilho da esperança (como um guarda na passagem de nível) Não deixes que morra esta luz O encanto dos dias não termina assim Quero programar uma nova viagem Para abraçar os trilhos Que me levam ao encontro de mim. Alda , 48 anos, Porto Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Chica - desafio 5

Um encontro especial Naquele dia, Rosa, já na cama ao lado do marido, recebe telefonema de um filho. Mãe o teste de gravidez de farmácia é confiável? Ela pergunta o motivo, pois ele namorava há pouco tempo. Respondeu que sim e na mesma hora, sorriu por dentro, viu um lindo menino loirinho apertado em seus braços. O tempo passou. Nove meses depois, confirmou o encontro do sonho. Era ele, igual! Os trilhos da vida o levaram ao caminho certo. Chica , 66 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil   Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Desafio nº 5 - Cruzamento de comboios

Quantas vidas se cruzam todos os dias no comboio ou no metro? Com quanta dessa gente chegou a falar algum dia? Tem alguma história para contar de um encontro especial? Se não for o caso, deixe-se inspirar pelas linhas de comboio e dê asas à sua "emoginação" (emoção + imaginação). Comigo, foi assim: Não era suposto termo-nos cruzado naquela manhã. Não era suposto eu ter perdido o comboio, ter dormido ao relento naquela estação, terem-me roubado a carteira durante a noite, ter partido os óculos e menos ainda ter precisado de ajuda para entender uma língua tão próxima da minha. Não era suposto termo-nos cruzado naquela manhã... não era suposto ter-me apaixonado à primeira vista e menos ainda ter feito planos contigo. Devia ter suposto que não eras solteiro, devia... Paula Cristina Pessanha Isidoro , 34 anos, Salamanca Escritiva nº 5  – homenagem às sapatilhas

Susana Santos - desafio 4

Queridas amigas, não possuo um porte atlético impressionante nem cultivo práticas desportivas louváveis, mas a vaidade nunca me fez viver obcecada por saltos altos. Sempre foi prazeroso o momento do encontro entre todas as amigas. Vocês acompanhavam-me nos pés, diariamente, oferecendo-me o conforto necessário para passear pela trela a minha melhor amiga. A nossa vida em conjunto, apenas terminou quando a vossa ficou destruída, após tantas horas nos meus pés. Obrigada pelos passos seguros, nunca vos esquecerei! Susana Sofia Miranda Santos , 38 anos, Porto Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Domingos Correia - desafio 4

Sapatilhas de cinquentão Aos cinquenta, queria umas sapatilhas que o fossem sem o parecerem e que dessem para tudo. Encontrei-as, finalmente! Já estão velhinhas, gastas, desbotadas, mas… são tão confortáveis que não consigo largá-las. Eu sei que muitos me olham os pés, de soslaio… tecendo conjeturas… Não quero saber. Com calçado novo ou velho, nunca gostei que me olhassem os pés. Acho falta de delicadeza. Por isso… julguem-me, critiquem-me, se quiserem, mas amo-as tanto que não as largarei por nada. Domingos Correia , 59 anos, Amarante Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Iggi da Conceição - desafio 4

As minhas sapatilhas preferidas desde pequeno eram as Nike. Comecei a usá-las com os meus cinco anos de idade e desde então apaixonei-me por elas. Usava-as para quase tudo, cuidava muito bem delas, limpava-as bem e deixava-as num sítio especial, para não se estragarem. Quando já não me serviam, ofereci-as a alguém e pedi para cuidar muito bem delas; e, porque foram muito especiais para mim, eu gostaria imenso que fossem também especiais para essa pessoa também. Iggi da Conceição , 15 anos, Abbotts College, África do Sul, prof Margarida Sousa Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Daniel Morales - desafio 4

Há sapatilhas e “zapatillas” Com as sapatilhas desportivas, visto-me normalmente porque há alguns anos a maioria dos meus colegas da turma ia com roupa de desporto e eu habituei-me a usar. Agora uso as sapatilhas desportivas durante a semana e ao fim de semana uso as “zapatillas” (em espanhol), que é um falso amigo. As “zapatillas” são pantufas para andar por casa. Estas não têm especialidade nenhuma. À exceção destas, tenho um problema com os atacadores, já que não sei apertá-los.   Daniel Morales , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Mario Ardila - desafio 4

A minha família As minhas colegas, a minha família, as que tanto quero, com as que tanto tempo estive a jogar. Nunca joguei futebol profissional, mas sempre que posso, pratico. Tive sapatilhas de que não me lembro. Todas as sapatilhas que tive duraram muito tempo, um tempo em que joguei tantos desportos e jogos. Algumas más, outras melhores, mas o mais importante é jogar e desfrutar os jogos com elas. Eu tenho sempre sapatilhas de desporto, porque são as melhores. Mario Ardila , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Adahi Montoya - desafio 4

Parte de mim Para mim essas sapatilhas eram as melhores. Eu desfrutava ao jogar futebol com elas. Com essas sapatilhas sentia-me imparável, o melhor do mundo, mas eu sabia que não era. Levava essas sapatilhas para todo o lado. Mas num jogo de futebol as minhas sapatilhas estragaram-se. Eu sentia-me muito mal porque gostava muito de me divertir com essas sapatilhas. É o problema das sapatilhas, não são para sempre, mas algumas sempre serão as melhores, como as minhas sapatilhas. Adahi Montoya , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Pablo Pérez - desafio 4

As melhores sapatilhas do mundo Para mim essas sapatilhas eram as melhores. Eu desfrutava ao jogar futebol com elas. Com essas sapatilhas sentia-me imparável, o melhor do mundo, mas eu sabia que não era. Levava essas sapatilhas para todo o lado. Mas num jogo de futebol as minhas sapatilhas estragaram-se. Eu sentia-me muito mal porque gostava muito de me divertir com essas sapatilhas. É o problema das sapatilhas, não são para sempre, mas algumas sempre serão as melhores, como as minhas sapatilhas. Pablo Pérez , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Enrique Ruiz - desafio 4

As sapatilhas do meu coração Essas sapatilhas tão giras que estreias no dia seguinte para que as pessoas ou os teus colegas digam “ Que giras!”, “Onde as compraste?”, “ Que inveja!”. Essas sapatilhas que estão sempre ao teu lado quando fazes desporto, nos dias de chuva, de sol e dias enevoados. Essas sapatilhas que há tempo que não usas e decides calçá-las para recordar os velhos tempos quando eras uma criança. Essas sapatilhas ficarão para o resto da tua vida contigo. Enrique Ruiz , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Álvaro Pérez - desafio 4

As minhas sapatilhas de Basquetebol Sou um fanático de basquetebol e também das sapatilhas. É por isso que tento comprar sempre a última edição. Quando eu era menino, alucinava só a olhar os grandes jogadores de basquetebol com essas botas perfeitas, mas chegou Kobe Bryant e tudo mudou. As botas transformaram-se em sapatilhas e muitos jogadores começaram a usar este modelo desde o momento que Nike começou a vender esta edição. Eu apaixonei-me por esta marca e pelas sapatilhas do Kobe Bryant. Álvaro Pérez , 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas

Natalina Marques - desafio 4

Nunca vos usei. Os meus desejos e sonhos Ficaram, por isso mesmo, perdidos no tempo, ou ficaram guardados convosco, no mesmo baú, esquecido neste sótão. Agora, de que me serve ter-vos encontrado? Já não podem realizar-me esse sonho, que apenas reavivam, as memórias desse tempo e as feridas que ficaram por sarar, porque, mesmo sendo minhas, fizeram as delícias de outrem. Mas faço-vos na mesma a minha homenagem, porque não foi a mim, mas fizeram feliz alguém. Natalina Marques , 57 anos, Palmela Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas