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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2018

Carla Silva - desafio 31

Enganos  Nem queria acreditar no tarde que era. Em cinco anos de guia turística nunca chegara tarde. Ainda mastigava um queque de laranja, quando Amélia entrou no táxi que lhe salvaria a vida. Sorriu satisfeita ao ver os autocarros ainda parados, embora com o motor em marcha. Sem mais demora, entrou no primeiro e começou a relatar o itinerário da visita num italiano perfeito, mas calou-se envergonhada quando percebeu que, por engano, entrara no autocarro dos turistas franceses. Carla Silva , 44 anos, Barbacena, Elvas Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Elisabeth Oliveira Janeiro - desafio 31

Sempre Há Uma Solução O grupo excursionista 'Tira-Picos' focava-se nos preparos para a viagem até à nascente do Alviela e, todos, numa alegria de sorte grande, andavam felizes por terem conseguido pagar a folia em pequenas prestações. No dia aprazado, faltava Adélia, a principal animadora.   Contristados, tiveram que partir. Seguia o autocarro estrada fora, quando a buzina de um carro os alvoroçou. Era Adélia que conseguira boleia na carripana do primo. Adormecera, tal o cansaço. Foi então que a festa começou! Elisabeth Oliveira Janeiro , 73 anos, Lisboa Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Amália da Mata e Silva - desafio 31

Não gosto muito de conduzir. Faço-o por necessidade, mas não por prazer. Tenho, desde sempre um problema: É que me esqueço com muita frequência onde estaciono. ― Da idade? Qual quê! Sempre fui assim... E se vou sozinha a um sítio não habitual, ainda é pior. Vou tão preocupada em encontrar lugar e estacionar bem que o sítio onde deixo o carro fica sem importância e esqueço-o facilmente. Há um erro nos nossos carros: deviam ter um chip! Amália da Mata e Silva , 63 anos, Vila Franca de Xira Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Helena Rosinha - desafio 31

Hoje é o meu primeiro dia como professora. É cedo, mas quero chegar a tempo e horas. Pasta na mão, corro para o autocarro. Cá fora, o motorista coloca volumes na bagageira. – Só? – ironiza, apontando a pasta. Dentro, pessoas idosas ocupam, quase completamente, o autocarro. Um velhote assinala-me um lugar livre, dá-me as boas vindas com um sorriso: – É a nova animadora? Ah… faz-se luz! Estou no autocarro que transporta, para férias, os utentes do Lar Comunitário. Helena Rosinha , 65 anos, Vila Franca de Xira Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Francisco Henriques - desafio 31

Quando chegou ao trabalho ― atrasado, como sempre ― sentiu algo fora do lugar, mas não fez caso. Ao entrar na sala comum (ou  open space , como agora lhe chamam), fazendo por ser discreto, ninguém o olhou com desdém. "Já me safei", pensou para si. Só ao sentar-se na sua cadeira é que notou: não se ouvia telefones. Nem um único. Pôs-se de pé num salto, e foi quando finalmente percebeu: "Eu não trabalho aqui, caraças. Enganei-me no metro". Francisco Henriques , 34 anos, Lisboa Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Natalina Marques - desafio 31

Durava há um mês aquele namoro que não andava nem desandava. Todos os dias tinha uma desculpa esfarrapada para chegar atrasado. Mas, naquele dia, seria diferente, prometeu que vinha a horas de ir ao cinema, mas ela não acreditou. ― Outra vez atrasado! Qual é a desculpa desta vez? Fizeste horas extras, ou tiveste de levar o cão à rua? ― Não... enganei-me no autocarro!! ― Pois agora dá meia volta e apanha o mesmo, antes que voltes a enganar-te. Natalina Marques , 59 anos, Palmela Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Theo De Bakkere - desafio 31

Que se passa? Já comprar um bilhete no metro pode ser uma aventura, sobretudo quando nunca foste confrontado com essas máquinas caprichosas. Ao menor problema, formar-se-á uma bicha. Felizmente há sempre alguém dos circunstantes que te dará uma ajuda. Agora sou um viajante experimentado, tenho sempre trocos no bolso. Mesmo assim, aconteceu-me o seguinte. Introduzi meu andante para carregar títulos zona 2, seguidamente uma nota. Que acontece? A máquina recolheu-a mas não carregou o andante nem me devolveu o dinheiro. Theo De Bakkere , 66anos, Antuérpia, Bélgica Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Francisca Reis - desafio 31

Todos os dias salto para o mesmo assento suado, do lado da janela, ainda aquecido pelo passageiro anterior. Dá sorte... Se me sentar aí o meu dia decorre sem grandes peripécias. Por vezes uma coisita ou outra... mas nada de grave. E, ao fim do dia... puf... caio de novo no meu assento. Mas hoje, o meu lugar estava ocupado e o caminho errado. Foi quando gritei:  ― O senhor enganou-se!  Que percebi que a enganada era eu. Francisca Reis , 17 anos, Cantanhede Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Paula Castanheira - desafio 31

Estava cansada de ser a certinha da família! Todos sabiam o que podiam esperar de Alice. Na escola sempre alinhada com as matérias e com o quadro de honra. Já adulta era funcionária exemplar, pontual e prestável. Tinha a rotina sulcada nos dias e o coração batia-lhe ao ritmo dos ponteiros do relógio. Os pensamentos levaram-na para longe dali e quando se apercebeu estava no autocarro errado, iria chegar atrasada, mas pela primeira vez, não se importou! Paula Castanheira,  54 anos, Massamá Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Filomena Galvão - desafio 31

Há dias em que a lei de Murphy se instala. Não bastava ter adormecido, não ter ouvido o despertador, ainda recebi uma chamada da mãe a acicatar-me para marcar consulta numa nutricionista. Saí disparada, dei à chave, mas o carro recusou-se. Tentei novamente - nada. A blasfemar, vi o autocarro à distância. Corri, apanhei-o. Passe, cartão com chip ou “viva” não tinha, moedas também não. O motorista impacientava-se. Um vizinho socorreu-me. Lá fomos, embora eu no sentido contrário. Filomena Galvão , 57 anos, Corroios​ Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Susana Santos - desafio 31

Esta manhã, distraída pela conversa telefónica, apanhei o autocarro errado. Quando me apercebi, a Foz estava diante de mim e o liceu ficava longe. Faltarei ao teste de Português... que catástrofe! Mas é preciso ter espírito positivo! Eu detesto "Os Lusíadas", talvez o destino queira afastar-me de adversidades, porém, quando vislumbrei o cartaz “Hoje à lulas há Setubalense” na esplanada, corri para o autocarro da escola... não serei uma eterna iletrada.  Desculpa, Camões, se fui injusta contigo. Susana Sofia Miranda Santos , 38 anos, Porto Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Margarida Fonseca Santos - desafio 31

Que cena. Situação: cheia de pressa, já não conseguiria ir de autocarro. Fui até ao carro, irritada. Chegou-se então uma vizinha metediça: ― Vai de carro? ― Sim… ― Já imaginava a desgraça. ― Para cima? Eu queria ir para cima, mas, para me livrar dela, disse: ― Não, vou para baixo. ― Excelente! ― Abriu a porta e refastelou-se. ― Eu vou para baixo, pode deixar-me no supermercado. Vamos! Conclusão, fui para baixo, inversão de marcha, filas intermináveis de carros, enfim, atraso impossível de recuperar. Margarida Fonseca Santos , 57 anos, Lisboa Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Chica - desafio 31

Saiu de casa, percorreu caminhando quadras e mais quadras. Aquela companhia a perseguia. Queria chegar ao ponto de ônibus o mais rápido possível. Conseguiria? Vez por outra, olhava para trás e o via ainda. A solução? Entrou no primeiro ônibus, que, pela cor, julgou fosse o seu... Entrou! Surpresa! SIG, o cão da vizinha em um salto, entrara junto... Assim, além de pegar o rumo errado, ainda teve que descer e devolvê-lo pra sua casa. Chica, 69 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil Escritiva n º 31  ― erros nos transportes

Desafio nº 31 - Erro nos transportes

Eu não tenho carro e ando pouco de transportes públicos: "luxos" de viver numa cidade como Salamanca. O problema é que quando vou ao Porto, a Lisboa ou a Madrid, chego quase sempre atrasada aos encontros porque não controlo nem horários, nem linhas de coisa nenhum e, não rara vez, entro no metro errado. Enfim, é sobre isto mesmo que vos peço para escreverem: apanharam o autocarro, metro, comboio errado. E agora? O meu "erro" é este:  Tratava-se de um jogo: tinham de apanhar o primeiro autocarro que passasse e sair duas paragens depois sem serem apanhados. Ases do despiste, vangloriavam-se disso com fotos nas redes sociais. Um dia, a coisa deu para o torto: havia tanta gente na paragem, que não conseguiram entrar os três. Atrapalhado, o último apanhou o autocarro seguinte, sem reparar no número. Não demorou muito a reparar no erro: ― Filipe, o que é que fazes aqui? ― Atrasei-me mãe, atrasei-me… Paula Cristina Pessanha Isidoro, 36 anos, Salamanca E