A sua
boca tocou as pontas das sapatilhas antes de deixá-las no armário para sempre.
A
menina pediu desculpas por tanto chão, por tanta injustiça. As sapatilhas foram
as companheiras mais fiéis nos momentos mais cruciais da sua infância.
Ensinaram-lhe a rodar na bicicleta e a sentir o asfalto áspero debaixo das
solas, todo o tempo a raspar. Mas agora não podia sequer enfiar o pé nas
sapatilhas, era impossível. Tinha chegado o momento de dizer adeus.
Andrea
Crespo Madrid, 21 anos, Salamanca, prof Paula Pessanha Isidoro
Escritiva nº 4 – homenagem às sapatilhas
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