Coração de sangue
Sentada
na rua ao frio. Desesperada, ali fiquei, destapada de amor.
Não esperava nada, nada me aguardava e, eu, sem querer, ali estava.
O meu gélido
corpo iludia os transeuntes, fotografavam a estátua!
Podia vir
o vento quente de leste, que não me aquecia.
Não nasci de
sangue azul, não me lamentava. Vermelho, isso sim,
vermelho vivo teimava em pintar a caixa de cartão debaixo dos meus pés.
E sempre que
a chuva jorrava, desenhava um coração.
Andrea Ramos, 40 anos, Torres Vedras
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