O olhar
perdeu-se no horizonte roçando o cruzado dos carris. Sentiu-se distanciando-se
do seu mundo. O som que embalava o comboio esmorecia à medida que se percebia
rasgada pela saudade. Ele apenas deixara a promessa de regresso, agarrada ao
último abraço dado. No derradeiro olhar, deixou-o descobrir a dor imensa
daquele afastamento. Permitiu-se consumir no tempo. Inesperadamente, percebeu-o
apeado de mala na mão… Há amanhãs, tão belos, desenhados por outros… E há
amores que nunca se desprendem…
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Escritiva nº 5 – homenagem às sapatilhas
Comentários
Enviar um comentário