Limpar o pó era o que menos gostava. Sentou-se carregando o
cansaço. Sentia os olhos pesados. Só faltava limpar o maldito pó. Como abominava
aquele dedo indicador da sua patroa. O denunciador, quando queria enredar a
situação, deixava-se impregnar pelas minúsculas partículas de pó, delatando-a.
Imaginou a casa minúscula. Depois, soprava com toda força e tudo reluzia. Que
ideia genial, pensou. Como não tinha pensado nisso antes? Assustou-se com
aquele berro: Maria, não te pago para dormires!
Amélia
Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Escritiva
nº 6 - poderes mágico
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