“O coiso, aquilo que eu usei quando precisava de fazer
aquela cena complicada que a coisa não sabia fazer? Não me digas que não sabes
o que é?”
Pois não, nem ninguém tem obrigação de me entender quando
eu falo assim simplesmente porque sou incapaz de me lembrar como se diz uma
palavra numa ou noutra língua. Alguma vez vos aconteceu? Têm definições
próprias para coisas do quotidiano, com nomes engraçados que só se usem na
vossa zona, cidade, aldeia que nos queira contar? Vamos lá botar faladura (a Paula é do norte, claro...).
Chaspa: recipiente
resistente ao fogo e ao gelo, no qual se cozinham indistintamente sopas de amor
de avó, cozido de sogra invejosa ou papas de vizinhas “ensarrabulhadas”. Tem
garantia vitalícia, mas não evita que a comida se pegue, nem que o cheiro se
impregne nas paredes da casa e do coração. Deve ser lavado de preferência com
um esfregão que arranhe bem e que deixe o fundo a brilhar, pois não tolera
delicadezas, nem máquinas de lavar.
Paula
Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos,
Salamanca
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