Avançar para o conteúdo principal

Desafio nº 10 - definições criativas


“O coiso, aquilo que eu usei quando precisava de fazer aquela cena complicada que a coisa não sabia fazer? Não me digas que não sabes o que é?” 

Pois não, nem ninguém tem obrigação de me entender quando eu falo assim simplesmente porque sou incapaz de me lembrar como se diz uma palavra numa ou noutra língua. Alguma vez vos aconteceu? Têm definições próprias para coisas do quotidiano, com nomes engraçados que só se usem na vossa zona, cidade, aldeia que nos queira contar? Vamos lá botar faladura (a Paula é do norte, claro...).

Chaspa: recipiente resistente ao fogo e ao gelo, no qual se cozinham indistintamente sopas de amor de avó, cozido de sogra invejosa ou papas de vizinhas “ensarrabulhadas”. Tem garantia vitalícia, mas não evita que a comida se pegue, nem que o cheiro se impregne nas paredes da casa e do coração. Deve ser lavado de preferência com um esfregão que arranhe bem e que deixe o fundo a brilhar, pois não tolera delicadezas, nem máquinas de lavar.
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos, Salamanca
Escritiva nº 10 - definições criativas

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Maria do Céu Ferreira - desafio 13

O meu record Um dia, na Primavera, Comecei minha proeza, Treinei-me em  bicicleta Para andar na natureza! É que «as minhas crianças» Quiseram-me incentivar, Tendo-me dado esperanças Que era fácil pedalar! Comecei dando empurrões, Lançando-me no terraço, Dando alguns encontrões, Intervalando o espaço! Cansada, indaguei um dia: -Não se aprende com rodinhas? Pensaram que eu aprendia Melhor que as criancinhas? E bem perto dos sessenta Foi a loucura ao pedal!... Só bate record quem tenta E aprender nunca fez mal! Maria do Céu Ferreira , 61 anos, Amarante Escritiva nº 13   – recordes pessoais

Alda Gonçalves - desafio 7

Uma lista Abriu o email e leu: «manda-me as listas até às 20» Era impossível. Tudo atrasado. E agora as listas. Ignorar. Isso não! Seria desleal. Mas estava muito apertado. Antes precisava confirmar se todos os doentes internados tomavam morfina e em que dose. Foi ver a lista. Fazer listas depende de consultar outras listas. Em breve os doentes deixariam de ser pessoas, passariam a listas, de espera, de alta, de visitas. A vida resume-se a isto, uma lista! Alda Gonçalves , 48 anos, Porto Escritiva nº 7  - Listas

Filomena Galvão - desafio 36

Deixou o carro em ponto morto. Saiu e marcou o ponto. O dia ia ser longo. Tinha de rever o texto ponto por ponto. Tinha de o ver sobre o ponto de vista da defesa e do da acusação. Ainda teria a conferência de imprensa às oito em ponto. Só depois iria até ao ponto de encontro: restaurante  Ponto Final . Depois o teatro esperava-a e certamente ir-se-ia socorrer do ponto, pois não conseguira decorar o seu papel. Filomena Galvão , 57 anos, Corroios Escritiva nº 36   ― os «pontos» na história