Lá estava a minha tia:
― Dizes isso todos os anos, filha, que foi muito pesado e
que o próximo vai ser melhor.
Irritei-me! Primeiro, porque era verdade, que nervos. Depois,
porque não gosto de ouvir verdades, sobretudo quando é todos os anos. Em
terceiro lugar, já tinha a próxima agenda a abarrotar e não iria cumprir a
promessa.
― Mas eu gosto do que faço…
― Eu sei, filha, eu sei, e é só por isso que te perdoo.
Margarida Fonseca
Santos, 56 anos, Lisboa
Escritiva
nº 16 - promessa de ano novo por cumprir
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