Avançar para o conteúdo principal

Desafio nº 17 - Desculpas criativas


Desculpas de mau pagador, desculpas esfarrapadas, histórias da carochinha, conversa fiada são todas expressões de que me lembro quando penso em desculpas ― e eu penso frequentemente em desculpas. Não porque as use muitas vezes (ou talvez isto seja uma desculpa?), mas porque as oiço todos os dias, mais do que uma vez por dia: sou professora e está tudo dito!
Ora, pensando bem no assunto e como estava um bocadinho cansada de ouvir sempre as mesmas desculpas para as perguntas de sempre, decidi mudar de estratégia e passei a pedir uma “boa desculpa” a cada aluno que não fazia os trabalhos de casa, que chegava tarde à aula, que não trazia o material, que não trazia as mensagens assinadas pelos pais.
E o resultado foi “fantástico”! Sim, sim, porque eles inventaram histórias do arco da velha!
Deixo-vos uma pequena amostra do que podia perfeitamente ser uma das desculpas deles:

― Estás “relativamente” atrasado ou sou eu que tenho o relógio adiantado?
― Sabe professora, o problema é exactamente esse: o tempo é relativo! Sei isso porque o meu tio acabou de construir uma máquina do tempo e fui com ele ao futuro e vi coisas extraordinárias. Só que era uma viagem experimental e demorámos mais do que o previsto. Mas tenho uma coisa para lhe contar: vou ser Primeiro Ministro e vou convidá-la para ser Ministra da Educação?
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 35 anos, Salamanca
Escritiva nº 17 – desculpas criativas

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Maria Silvéria dos Mártires - desafio 25

Disparo o meu apito Um RISO autêntico sincero é tão bonito. Digo-te quando caminho e o chão PISO Até parece que sinto um PESO Meu coração vos ama, a tudo fica PRESO E sem distinção do branco, do amarelo ao PRETO Queria vos servir delicioso arroz no PRATO Mas não consigo matar o PATO E nem sequer o pequenino PITO E quando peço para o fazerem por mim Fico doente. Uma tristeza sem fim Apodera-se de mim e dispara meu APITO. Maria Silvéria dos Mártires , 70 anos, Lisboa Escritiva nº 25  - palavras em sequência de mudança

Rosélia Bezerra - desafio 3

Inverno na alma Não há  chuva,  entretanto, sutilmente, há frio intenso no clima, na alma do ser que se espreme pelo silêncio, pelo  vento  cortante da saudade... Ah! quanto  amor  desperdiçado invade o  azul  do céu da alma sofrida! Fica tudo  vermelho  dentro da que /muito amou de tanta tristeza contida, de amargor imenso pelo desprezo dos que mais teve afeto nesta vida... Vai à  rua  cotidianamente, caminha sem pressa, está só e, em seu isolamento, fica pensando, divagando solitariamente...   Rosélia Bezerra , 61 anos, Rio de Janeiro, Brasil Escritiva nº 3   – texto com:  chuva ,  vento ,  amor ,  azul,  vermelho  e  rua

Manuela Branco - desafio 18

Ping... Ping..., e a chuva que não vupt, já! O Vvvv... Vvvvv nos pinheiros faz lembrar o mar, e o chap, chap nos riachos onde pulo, confunde-se com o coachar dos sapos que saltam comigo. Brrrr, e o Verão que não vem! Tlim, tlão, anuncia a hora de voltar. Toc-toc pela ladeira, amanhã volto para ouvir o mar. Ai, ai, mar que nunca vi, mas quando aqui venho o bum bum no peito, diz que estou lá! Manuela Branco , 60 anos, Alverca Escritiva nº 18  ― onomatopeias na história