Avançar para o conteúdo principal

Prazeres Sousa - desafio 18


― Acorda! grita a mãe de Miro.
― Zzzzzzzzzzzzzz
― Estás a ouvir? Vais chegar atrasado!
Tic-tac, tic-tac…
O tempo passa, a porta do quarto continuava fechada.
O silêncio transformou-se num som que ouvia na casa toda.
Tum Tum Tum…
Acorda assustado…
― Quem é?
― Uff! ― A mãe de Miro está exausta.
― O quê?
― Miro, é a mãe, fui dar um recado à vizinha e esqueci-me da chave.
― Oh oh oh… O blá blá blá de sempre!
― Disseste alguma coisa?
― Atchim!
Prazeres Sousa, 53 anos, Lisboa
Escritiva nº 18 ― onomatopeias na história

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Maria do Céu Ferreira - desafio 13

O meu record Um dia, na Primavera, Comecei minha proeza, Treinei-me em  bicicleta Para andar na natureza! É que «as minhas crianças» Quiseram-me incentivar, Tendo-me dado esperanças Que era fácil pedalar! Comecei dando empurrões, Lançando-me no terraço, Dando alguns encontrões, Intervalando o espaço! Cansada, indaguei um dia: -Não se aprende com rodinhas? Pensaram que eu aprendia Melhor que as criancinhas? E bem perto dos sessenta Foi a loucura ao pedal!... Só bate record quem tenta E aprender nunca fez mal! Maria do Céu Ferreira , 61 anos, Amarante Escritiva nº 13   – recordes pessoais

Alda Gonçalves - desafio 7

Uma lista Abriu o email e leu: «manda-me as listas até às 20» Era impossível. Tudo atrasado. E agora as listas. Ignorar. Isso não! Seria desleal. Mas estava muito apertado. Antes precisava confirmar se todos os doentes internados tomavam morfina e em que dose. Foi ver a lista. Fazer listas depende de consultar outras listas. Em breve os doentes deixariam de ser pessoas, passariam a listas, de espera, de alta, de visitas. A vida resume-se a isto, uma lista! Alda Gonçalves , 48 anos, Porto Escritiva nº 7  - Listas

Filomena Galvão - desafio 36

Deixou o carro em ponto morto. Saiu e marcou o ponto. O dia ia ser longo. Tinha de rever o texto ponto por ponto. Tinha de o ver sobre o ponto de vista da defesa e do da acusação. Ainda teria a conferência de imprensa às oito em ponto. Só depois iria até ao ponto de encontro: restaurante  Ponto Final . Depois o teatro esperava-a e certamente ir-se-ia socorrer do ponto, pois não conseguira decorar o seu papel. Filomena Galvão , 57 anos, Corroios Escritiva nº 36   ― os «pontos» na história