Avançar para o conteúdo principal

Matilde Venâncio - desafio 24


A Cigarra e a Formiga
O Verão emprestou-lhe bons pensamentos, e ela abraçou-os. Lembrou-se de momentos calmos e exaltou-se com momentos prazerosos. Sentiu-se alegre – já não era um ponto suspenso numa folha morta. Não encontrou a fome que carregava, nem questionou a nova Cigarra que surgia. Permitiu-se ficar, quieta. Fixou o olhar na Formiga, fez com que lhe trouxesse migalhas. Transformou-se num insecto forte, mais autoritário, tão mais possível. E reencontrou-se em cada música que cantou e que não lançou às ervas.
Matilde Venâncio, 50 anos, Funchal
Escritiva nº 24 - mini histórias da infância

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Desafio nº 36 - Os "pontos" na história

Há palavras em português que nos dão pano para mangas, e uma delas é a palavra “ ponto ”. Já viram quantos sentidos diferentes pode ter? E com quantas expressões distintas a podemos usar? Isto sim é que é riqueza e ponto final! A proposta é essa, usar o mais possível a palavra ponto com diferentes sentidos num texto de 77 palavras.   Não comecem já à procura do ponto fraco deste desafio e leiam o meu exemplo: Aquela família era um ponto: a mãe passava o dia a dar pontos a testas endiabradas, o pai a pôr os pontos nos is lá na esquadra, o filho, que não dava ponto sem nó, a cortar e a coser no atelier, onde a avó, mestra da costura era um excelente ponto de apoio. Até o avô, já reformado, não punha ponto final ao dia, sem picar o ponto no café do Nunes, às 8 em ponto. Paula Cristina Pessanha Isidoro , 37 anos, Salamanca Escritiva nº 36   ― os «pontos» na história

Desafio nº 40 - Ano novo, vida nova e caminhos antigos!

Ano novo, vida nova! E se o ano novo traz uma vida nova, também deve trazer caminhos novos que levem a essa vida, digo eu. Ora esse é que é o meu problema todos os anos: eu me oriento-me MESMO muito mal! E vocês, como é que se orientam com mapas? E sem eles? Usam GPS? Eu sim, para TUDO, até para ir do quarto até à cozinha. Sou assim, assumo a minha “desorientez”. Por isso, pedia-vos que escrevessem orientações criativas. Como é que é isso? Sim, orientações para ir até à garagem às escuras quando se apaga a luz do prédio, orientações para chegarem ao coração de alguém querido, orientações para encontrarem a saída de um qualquer centro comercial ou parque de estacionamento, orientações para chegarem a esse conhecimento que vos faz tanta, mas tanta falta num determinado momento da vossa vida (como o nome daquela colega que acabam de encontrar e que não viam há mais de 20 anos). Aceitam o desafio? Então vamos lá! Fecho o portão, dou dez passos sem pisar o risco, abro a porta o...

Blanca Vázquez - desafio 4

As minhas favoritas. Os meus pés passavam o largo inverno dentro de vocês. Tinham por dentro pelinho, o que mantinha os pés sempre quentes nos dias frios. Íamos juntas à escola, de passeio, à aldeia. Vocês eram boas para caminhar em qualquer terreno! Estava sempre à espera do começo do inverno para poder estar convosco, mas um dia, não puderam mais e deixaram-me sozinha, e com os pés frios. Eu compreendi, mas estarão sempre na minha memória. Blanca Vázquez , 21 anos, Zamora, prof Paula Pessanha Isidoro Escritiva nº 4  – homenagem às sapatilhas