Maria olhou pela janela e retrocedeu no tempo. Um
arrepio ― gelou-a de emoção. O perfil era-lhe familiar ― a perna traçada, um
olhar para o infinito. Era mesmo ele!
A coragem foi mais forte que a pacatez.
Ficou pertinho dele. Olhavam na mesma direção. Formava-se um arco-íris! Ambos o
tinham visto, noutro tempo, noutro lugar, sabiam da maldição ― um amor
inacabado, desfeito pelo nevoeiro da perversão. Finalmente enfrentaram-se,
consolidaram o que nunca deveria ter acabado. Ressuscitaram o coração!
Ana
Beatriz,
39 anos, Lisboa
Escritiva nº 26 –
mistérios da natureza humana
Comentários
Enviar um comentário