Sentia-se só, muito só e triste. O velho casaco
felpudo de lã grossa era o seu aconchego e era também com ele que a
menina gostava de se envolver e se enroscar no sofá. Caíra e esperava
agora impacientemente que ela o voltasse a coser. Era um pequeno e redondo
botão de madrepérola. De repente, sentiu a agulha a trespassá-lo, a linha a
deslizar, a prendê-lo à carcela da lã. Que felicidade, estava de novo em casa!
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Escritiva nº 29 – história de amor de objectos
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