A sala já estava na
penumbra, mas na ânsia de ver terminada a tarefa nem se movera para acender a
luz. Repousava agora de braços caídos e com a arma do crime no colo. Sentia-se
satisfeita. Foi neste crepúsculo que acabara finalmente a encomenda. Eram necessárias
camisolas para as crianças do orfanato. Levara o verão todo a tecer malhas,
mata e laça, mata e laça. Matou-as todas. Ela e as agulhas do tricot podiam
agora ter descanso.
Filomena Galvão, 57 anos,
Corroios
Escritiva
nº 34 – policial
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