Naquele dia, lá estava o Norberto, como todos os
outros. Logo pela manhã, na mesma mesa da mesma esplanada.
Ansiava por dois dedos de conversa. Sentia essa
necessidade.
Em frente, um grupo de jovens não tirava os olhos
dos telemóveis, então pensava.
― Estão mais doentes que eu.
Sentia saudades da casa cheia, e da alegria de
trabalhar para os sustentar.
Um dia, deixou de aparecer no café e alguém
perguntou pelo Norberto, alguém respondeu:
― Morreu de solidão.
Natalina
Marques, 59 anos, Palmela
Escritiva
nº 34 – policial
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