O meu bisavô faleceu dormindo aos 96 anos, feliz. Eu só tinha 12 anos mas
tinha a sua sabedoria alegre em alta estima. Quando o padre começou a cantar a
marcha fúnebre com a sua voz de cabra doente (estou a pesar as palavras), eu
fiz o que teria feito o meu bisavô. Eu ri até não poder mais. Foi um riso
explosivo, espontâneo, mas sobretudo foi contagiante. O enterro do meu bisavô
foi à sua imagem.
Utopia – O que eu quero? Quero rua sem desassossego, Poder andar a esmo, sem medo, Eu quero, eu desejo. Tranquilidade, estudar, ter liberdade. – Um sonho? Eu sonho sim, dormir sem acordar ouvindo barulhos de tiros, balas sem fim... E saber que a escola não vai fechar por medo, insegurança, ou por mais um irmãozinho que se foi de bala perdida, ou coisas assim... – Um presente de Natal? Poder viver, ter tempo de crescer, ter paz, simples assim. Paz. Roseane Ferreira, Estado do Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil Escritiva nº 14 – direitos da criança
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