Gargalhada
fácil
O meu pai, ao contrário de mim, tem, o
que chamo, uma gargalhada fácil.
Durante anos, fomos frequentadores
assíduos da revista. O riso fluía fácil e num dos quadros, o meu pai soltou a
primeira gargalhada, depois outra… foi incapaz de parar.
Os atores, atónitos, imobilizaram-se no
palco, fixando-o com o olhar.
Ele, sentindo-se o alvo de todas as
atenções, optou por uma solução extrema: enfiou o lenço na boca e a gargalhada
transferiu-se para o tablado.
Quita Miguel, 55
anos, Cascais
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