Avançar para o conteúdo principal

Theo De Bakkere - desafio 10


Corrucho - Porco
Gravetos - Troncos finos para ajudar a atear a fogueira
Caldeiro – Recipiente para comida dos porcos
Alicrairo - Lacrau
Pastorinha – Louva-a-Deus
Esterco – estrume composto por mato em decomposição por ação da urina e fezes dos animais.
Estrada de Santiago – Via Láctea
Trempes - Objeto de ferro assente sobre três pés, onde se colocam as panelas na lareira

Ainda noite, levantou-se e, olhando para o céu, aqui longe da poluição luminosa, viu outra vez a estrada de Santiago. Essa menina urbana gostava de ajudar durante as férias estivais na granja. Zelosamente já tinha posto alguns gravetos entre o trempes para acender o lume sob o caldeiro, onde se cozinhava a lavagem dos corruchos. Adorava o campo, o cheiro do feno, mesmo o esterco malcheiroso não a perturbou. Só detestara alicrairos e aquelas saltitantes pastorinhas verdes.
Theo De Bakkere, 63 anos, Antuérpia, Bélgica
Escritiva nº 10 - definições criativas

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Desafio nº 36 - Os "pontos" na história

Há palavras em português que nos dão pano para mangas, e uma delas é a palavra “ ponto ”. Já viram quantos sentidos diferentes pode ter? E com quantas expressões distintas a podemos usar? Isto sim é que é riqueza e ponto final! A proposta é essa, usar o mais possível a palavra ponto com diferentes sentidos num texto de 77 palavras.   Não comecem já à procura do ponto fraco deste desafio e leiam o meu exemplo: Aquela família era um ponto: a mãe passava o dia a dar pontos a testas endiabradas, o pai a pôr os pontos nos is lá na esquadra, o filho, que não dava ponto sem nó, a cortar e a coser no atelier, onde a avó, mestra da costura era um excelente ponto de apoio. Até o avô, já reformado, não punha ponto final ao dia, sem picar o ponto no café do Nunes, às 8 em ponto. Paula Cristina Pessanha Isidoro , 37 anos, Salamanca Escritiva nº 36   ― os «pontos» na história

Maria do Céu Ferreira - desafio 13

O meu record Um dia, na Primavera, Comecei minha proeza, Treinei-me em  bicicleta Para andar na natureza! É que «as minhas crianças» Quiseram-me incentivar, Tendo-me dado esperanças Que era fácil pedalar! Comecei dando empurrões, Lançando-me no terraço, Dando alguns encontrões, Intervalando o espaço! Cansada, indaguei um dia: -Não se aprende com rodinhas? Pensaram que eu aprendia Melhor que as criancinhas? E bem perto dos sessenta Foi a loucura ao pedal!... Só bate record quem tenta E aprender nunca fez mal! Maria do Céu Ferreira , 61 anos, Amarante Escritiva nº 13   – recordes pessoais

Ana Paula Oliveira - desafio 2

– Que diabo de velha com mania das limpezas! Estou farta!!! Vou fazer greve! A velha pegou na desgastada vassoura que se recusou a varrer. Tachos, panelas e frigideiras, fartos de tanta esfregadela, começaram a pular de alegria, batendo as tampas, solidários. Não se suportava o barulho naquela casa. O galo decidiu entrar na festa. Para que a velha não lhe cortasse a voz de tenor, como estava previsto, decidiu enlouquecê-la de vez, comandando a ruidosa manifestação: – Co co ro co có! Ana Paula Oliveira , 55 anos, S. João da Madeira Escritiva nº2  – greve na cozinha