Fazia sempre o
caminho para o trabalho por aquela rua. Levantava os olhos para a varanda
florida. Vasos de sardinheiras alinhavam-se, numa explosão de vermelhos.
Pareciam desejar-lhe bom-dia. Educado, ele retribuía a saudação. Quem moraria
naquela casa? Não sabia. Nunca lá vira ninguém. Imaginava uma qualquer
Joaninha, de olhos verdes, debruçada sobre as flores. Talvez um dia a visse...
Uma manhã as flores tinham desaparecido. Nunca soube porquê. Passou a ir para o
trabalho por outra rua.
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Escritiva
nº 35 – varanda florida
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