Parece entretida a
bordar, mas não está. Apenas vai cosendo os seus sonhos naquele bocado de linho
velho. Também não ouve a conversa da amiga, nem da criança tagarela que atira
palavras ao ar. O mar, esse parece-lhe cada vez mais distante. A esperança de o
ver chegar desaparece quando a sombra bate nas flores coloridas da varanda.
Agora sabe que ele não virá. Resta-lhe remendar o coração com os pontos que foi
dando no trapo amarrotado.
Isabel Lopo, Lisboa
Escritiva
nº 35 – varanda florida
Comentários
Enviar um comentário